Destino São Francisco: Casal de São Paulo viaja da nascente à foz para gravar um documentário sobre a cultura ribeirinha

10/03/2021 - 9:42

Duas pessoas, um carro, uma câmera e um sonho: “Transformar um estilo de vida em profissão”. A jornalista Fernanda Kiehl e o documentarista Tiago Ferraro transformaram essa vontade em realidade. O casal que está na estrada há seis anos decidiu percorrer a bacia do Rio São Francisco, da nascente, em Minas Gerais até a foz, entre Alagoas e Sergipe. Saíram de São Paulo no dia 06 de dezembro de 2020 e, além de conhecer a região, produz o documentário “Faces do Velho Chico” que vai mostrar o rio por meio da cultura e estilo de vida das comunidades ribeirinhas.

“Viajamos por vários países. O ‘Faces do Velho Chico será o quarto filme feito por nós, sendo o primeiro no Brasil. Nosso primeiro documentário, chamado ‘Nômade’, trata da cultura dos nômades da Ásia Central; depois filmamos um sobre as mulheres do Paquistão; e o terceiro foi sobre uma cidade brasileira no Irã. Dessas andanças por diferentes países, surgiu uma vontade muito grande de conhecermos mais a nossa cultura e faz tempo que sonhávamos em fazer uma longa viagem de carro pelo Brasil”, contaram Fernanda e Tiago.

O casal iria percorrer de bicicleta o Danúbio, o segundo rio mais longo da Europa, mas a chegada da pandemia mudou os planos. “Sempre tivemos um certo interesse pelo Velho Chico, um dos rios mais importantes do Brasil. A nossa atenção é mais voltada para as pessoas, culturas e histórias. Assim nasce o ‘Faces do Velho Chico’, um documentário que vai mostrar o São Francisco através das comunidades ribeirinhas como é viver na beira do rio”, explicaram o casal.

O documentário vai mostrar sete personagens com diferentes perspectivas do que é ser um ribeirinho do São Francisco, sendo uma senhora que tinha suas terras na nascente do rio e que foi desapropriada para a criação do Parque Nacional da Serra da Canastra; o piloto do famoso vapor Benjamin Guimarães; uma poetiza de 17 anos que poetizou o sentimento de ser mineiro e o pertencimento do morador do norte de Minas; um líder quilombola da Bahia, um produtor de uva da região de Petrolina nascido e criado no São Francisco, um artista indígena da aldeia Pankararu e uma pescadora de Piaçabuçu.

“O que mais tem nos impressionado é a riqueza da cultura do São Francisco que ainda é pouco explorada pelo turismo e pelos brasileiros. O percurso da bacia é rico com diversas culturas, gastronomia típica e um povo encantador. A simpatia e hospitalidade é comum em todos os locais”, afirmaram Fernanda e Tiago.

O casal deve finalizar os 2.830 km de extensão do Rio São Francisco no final de março. A previsão é de que o documentário seja lançado em julho deste ano. Eles compartilham as experiências de viagens no blog Monday Feelings e no Instagram.


Veja algumas fotos: 


Assessoria de Comunicação CBHSF:
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*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Monday Feelings