Definidos presidentes das comissões de Meio Ambiente da Câmara e do Senado

21/03/2023 - 10:15

No Senado, colegiado será presidido pela senadora Leila Barros e na Câmara, pelo deputado José Priante. Ambos prometeram mais debate e transparência na apreciação das matérias no Congresso


A Câmara dos Deputados e o Senado Federal apresentaram duas surpresas na escolha de parlamentares para integrar as presidências das comissões de Meio Ambiente de cada uma das Casas. Nenhum dos escolhidos é considerado ambientalista ou integrante da causa ambiental, mas os dois assumiram tais cargos com o compromisso de atuarem muito mais ouvindo e equilibrando forças, como deve fazer quem comanda qualquer colegiado. O que já é uma boa notícia levando-se em conta discussões agressivas que foram observadas nestas comissões na legislatura passada.

No Senado, a eleita para a comissão foi a senadora Leila Barros (PDT-DF), ex-atleta de vôlei que chegou à Casa quatro anos atrás como defensora de políticas públicas voltadas para o esporte, sobretudo voltadas para a inclusão social. Mas Leila também tem atuado em iniciativas e projetos de defesa do meio ambiente e das mulheres. E já deixou claro que sua linha de trabalho não tem um único ponto. Na Câmara dos Deputados, onde se esperava que o escolhido fosse o petista Nilton Tatto (SP), quem terminou ganhando foi o deputado José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

No Senado, já foi escolhido como vice-presidente da comissão o senador Fabiano Contarato (PT-ES), que não apenas tem uma visão mais ampla de defesa do meio ambiente como elogiou a escolha da senadora Leila. Na Câmara, ainda não foram escolhidos nem vice-presidente nem demais membros da comissão.


Senadora Leila Barros (PDT-DF) e o deputado José Priante (MDB-PA) são os novos presidentes das comissões no Senado e na Câmara, respectivamente


Propostas no aguardo

De acordo com a senadora, sua prioridade será “dialogar com todos os membros e respeitar as opiniões divergentes”. Hoje, existem 43 propostas aguardando tramitação na comissão de Meio Ambiente do Senado, inclusive a indicação de relatores. A senadora informou que já pediu o levantamento dos principais projetos que aguardam votação e passou um recado para os colegas de que “o tempo da pandemia terminou comprometendo o funcionamento dos trabalhos, mas agora será preciso mais agilidade”.

A senadora disse, ainda, ter a consciência de que sua responsabilidade é muito grande nesta nova missão. “Meu compromisso é promover os debates que o Brasil precisa para crescer de forma sustentável”, declarou. Já o senador Fábiano Contarato enfatizou que a responsabilidade ambiental dentro do Senado é importante, principalmente, para as parcelas mais vulneráveis da população, como os moradores de periferia e os indígenas. “Queremos trabalhar dentro desta comissão com foco nos interesses de toda a população brasileira”, frisou ele.

Leila anunciou que vai incluir desde o início na pauta, projetos considerados polêmicos, a exemplo do texto que estabelece novas regras para licenciamento ambiental (PL 2159/2021), o da regularização fundiária (PL 2633/2020) e o da liberação de agrotóxicos (PL 1459/2022) – matérias que foram aprovadas no ano passado pela Câmara dos Deputados e tendem a ser alvo de amplo debate, agora, por parte dos Senadores. “Quero que o debate seja feito de forma muito transparente daqui por diante, levando em conta a sustentabilidade e reflexos das mudanças climáticas e do aquecimento global”, afirmou ela.

Na Câmara, José Priante adotou um discurso no mesmo tom. Afirmou que mais do que um voto, vai procurar ser um mediador do debate. “Resguardarei, acima de tudo, a necessidade do debate. Sei da responsabilidade de discutir sustentabilidade, é momento de pensar o País para as próximas gerações. Acrescentou, ainda, que a comissão trabalhará para “recolocar o Brasil no centro do debate mundial sobre o meio ambiente”.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Hylda Cavalcante
*Fotos: Divulgação