Defesa do “Velho Chico Vivo”: Manuela Vergne representa o CBHSF em debate sobre educação, ciência e inovação no IFBA/Paulo Afonso

27/10/2025 - 18:17

A 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Paulo Afonso, sediou, na última sexta-feira (24), um painel que debateu o futuro hídrico do Nordeste. Integrado ao VI Congresso de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFBA e ao XXII Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação, o evento reuniu a comunidade acadêmica em torno da mesa “Educação, Ciência e Inovação para um Rio São Francisco Vivo”.


A advogada Manuela Vergne, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), marcou presença como representante do presidente do Comitê, Cláudio Ademar. A mesa de debate, mediada por Welber Miranda, contou também com a palestra de Osmar Borges, explorando caminhos sustentáveis para o Rio da Integração Nacional.

O encontro aconteceu no Auditório Edson Teixeira e abriu um espaço de diálogo intenso sobre a relação entre o conhecimento e a preservação ambiental.



O Rio como sujeito de direito e território de saberes

Em sua participação, Manuela Vergne destacou a visão ampliada do CBHSF sobre o Rio São Francisco, enfatizando que ele transcende a definição de mero recurso hídrico. “No IFBA, dialogamos por 40 minutos com a comunidade acadêmica sobre como educação, ciência e inovação social podem manter o Rio São Francisco vivo. O Velho Chico é um rio-matriz de identidades: não é apenas recurso hídrico, é sujeito de direito e território de saberes. Esse entendimento inspira a atuação do CBHSF no enfrentamento aos desafios ambientais,” afirmou a professora e advogada.

A defesa de Vergne se estruturou em três pilares essenciais:

  • Educação Ambiental Crítica: A advogada defendeu a necessidade de uma educação ambiental crítica e a curricularização da extensão nos Institutos Federais, buscando integrar o conhecimento acadêmico diretamente na realidade das comunidades ribeirinhas.
  • Ciência Intercultural: Manuela enfatizou a urgência de uma ciência que dialogue com o saber tradicional, citando exemplos práticos como o monitoramento participativo das águas, o saneamento ecológico, a recuperação de nascentes e a criação de materiais didáticos que traduzam a ciência para o cotidiano popular.
  • Inovação Social e Justiça Ambiental: Por fim, a pauta de inovação social e justiça ambiental incluiu a defesa de soluções criadas com e para as comunidades, o reconhecimento do direito humano e ecológico à água, e o avanço na inovação jurídica que reconhece o rio como sujeito de direito – citando como referências as constituições do Equador e da Bolívia e os debates em curso no Brasil.

No encerramento, Manuela Vergne reforçou o papel vital do conhecimento na proteção do ecossistema: “Para nós, educadores e defensores do São Francisco é de suma importância defender a vida em todas as suas formas. Este momento educacional e de pesquisa no IFBA é muito importante para o CBHSF e para todo o território do rio. Um Rio Vivo é um Rio que Educa.”


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Fernando Santos/ IFBA Paulo Afonso