CTCT apresenta proposta de mobilização dos povos indígenas e quilombolas no processo eleitoral do CBHSF

25/03/2025 - 16:05

Finalizadas as discussões sobre a importância de a mobilização do processo eleitoral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco nos segmentos de povos indígenas e comunidades quilombolas ser realizada por seus representantes e com o apoio e entendimento do CBHSF, ontem (24) a Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais apresentou a proposta de atividades em toda a bacia.


Segundo o coordenador da CTCT, Uilton Tuxá, o objetivo é facilitar o diálogo com as comunidades e envolver o maior número na disputa pelas vagas, sendo duas para povos indígenas e uma para quilombolas, com suas respectivas suplências. Com isso, a proposta apresentada pela CTCT indicou que lideranças indígenas e quilombolas devem percorrer os territórios para apresentar o CBHSF, suas ações e as normativas do processo eleitoral que está em andamento desde o dia 03 de março e segue com inscrições abertas no site até o dia 20 de maio, e que exclusivamente no caso das comunidades indígenas e quilombolas, serão realizadas pelos mobilizadores.

Ao todo, 70 indígenas devem se dividir entre as quatro regiões fisiográficas (Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco) realizando visitas presenciais em cada aldeamento. Já a mobilização das comunidades quilombolas ficou a cargo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras e Rurais Quilombolas (CONAQ). “A Conaq já faz a mobilização em diversos processos e se soma ao processo eleitoral do CBHSF no sentido de propor sua organização mantendo o diálogo para que a escolha dos representantes quilombolas se dê de maneira democrática. Considerando que existem muitas comunidades, a organização é fundamental para atingir o máximo de pessoas”, explicou a coordenadora executiva da Conaq, Sandra Andrade, que ainda fez um destaque quanto às dificuldades enfrentadas pelas comunidades em seus territórios. “Temos inúmeras comunidades onde ainda falta acesso à energia, há dificuldade com deslocamento, então, a mobilização precisa atender e entender essas questões”.



O coordenador da CTCT, Uilton Tuxá, explicou também que a mobilização dos territórios indígenas será realizada pelos indígenas membros da CTCT. “Eles devem contar com apoio logístico do CBHSF quando necessário e a representação será dividida por região fisiográfica, considerando que se deve priorizar a participação de no mínimo um representante por etnia existente em cada região”, afirmou lembrando que “as visitas devem apresentar o processo eleitoral visando uma escolha democrática, transparente e com ampla divulgação de modo que a informação chegue a todos os caciques que devem indicar a representação. Com isso a CTCT fica responsável por decidir os critérios mínimos de mobilização”, concluiu.

Entendendo a diversidade e quantidade de povos indígenas e comunidades tradicionais da Bacia do São Francisco, o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, reforçou a importância da mobilização nessas características, visando atender ao máximo de territórios. “São diversas comunidades e no escopo de mobilização geral já reforçamos que as comunidades quilombolas e indígenas teriam a mobilização feita por seus próprios representantes que tem fácil acesso aos territórios e podem se comunicar de modo mais efetivo. Além disso, como pedido dos coordenadores das Câmaras Consultivas Regionais, eles também querem participar dessa construção considerando que têm ouvido queixas de algumas regiões que não tiveram acesso às informações em processos anteriores”. O processo deve ser normatizado por portaria na Direx.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Edson Oliveira