Coordenador da CCR Submédio participa de oficina sobre regeneração do rio São Francisco

22/12/2023 - 16:05

Na última semana, o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, participou de uma oficina promovida pelo Lab São Francisco – Caatinga/ HidroSinergia, em Delmiro Gouveia – AL. O encontro, com foco na participação de diversos atores do desenvolvimento sustentável da região da Caatinga e do Alto Sertão, contou com a palestra “Como regenerar rapidamente o São Francisco e a Caatinga, melhorando a renda e a qualidade de vida”.


Mediada por Haroldo Almeida, a palestra foi ministrada pelo coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, Sérgio Xavier, com apresentação das questões prioritárias do HidroSinergia para atuação em 2024, interagindo com lideranças, movimentos, associações, universidades, empresários e setores governamentais. A ideia é colocar em execução o Projeto HidroSinergia 2 que propõe além da preservação ambiental, estratégias para enfrentamento dos desafios na região.

Em sua apresentação, Sérgio Xavier destacou a importância do Rio São Francisco para o semiárido que passa por um processo acelerado de degradação, cujas principais causas estão associadas às mudanças climáticas, com riscos socioambientais e econômicos, evidenciando os impactos como aumento da temperatura, secas e desertificação.

De acordo com Xavier, o projeto consiste no desenvolvimento de programas replicáveis de regeneração florestal, educação climática, negócios sustentáveis e energias renováveis. “O projeto HidroSinergia 2 propõe um ano de soluções inclusivas para impulsionar a economia verde, proteger a Caatinga, regenerar o Rio São Francisco e atenuar as mudanças climáticas. A ênfase recai sobre o impulso da economia regenerativa e inclusiva, visando promover energia renovável, reflorestar a Caatinga e revitalizar o Rio São Francisco, resultando na redução das desigualdades”, afirmou Haroldo Almeida.

O objetivo é ainda implementar o laboratório de economia regenerativa visando soluções práticas alinhadas com políticas públicas e integradas a critérios sociais, ambientais e econômicos a partir dos eixos de atuação; configuração de cooperativa de geração de energia solar – Captação de água e sinergia com demais eixos; Crédito de carbono integral – Avançar no modelo apresentado pelo MMA na COP28 – Fundo Floresta Para Sempre e Fundo Caatinga (remuneração por hectare preservado); Reflorestamento e preservação de áreas degradadas da Caatinga – implantação de Viveiros e integração com Turismo Regenerativo; Economia circular – integração de cooperativas de catadores com sistema de coleta seletiva colaborativa (App integrado com Mudas e Turismo Regenerativo); Comunicação, educação e capacitação – parcerias com instituições de qualificação e Produção do Ecofestival – Ações Culturais – Lei Rouanet e outros incentivos; Campanhas pela regeneração da bacia do São Francisco (mobilização da sociedade para acelerar soluções).

“Com base na experiência do laboratório instalado em Fernando de Noronha, foi apresentada a proposta de criação de um laboratório de economia regenerativa na Caatinga. A ideia é implanta-lo em uma região próxima às divisas dos estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, utilizando tecnologia semelhante à implementada em Fernando de Noronha. O local proposto para a instalação é conhecido como Xingozinho, no município de Paulo Afonso, Bahia. A escolha da área é resultado de uma visita da equipe técnica do projeto, que identificou a necessidade de regeneração e recuperação, devido à localização às margens do rio São Francisco. O local, um antigo ponto de apoio a pescadores da região, foi abandonado, e o projeto que estava em desenvolvimento foi descontinuado. O estabelecimento do laboratório na região é considerado crucial e para viabilizar essa iniciativa, são necessários alguns passos estratégicos. Primeiramente, é essencial consolidar os eixos de atuação e propulsão. Em seguida, reunir planos, projetos e conhecimentos populares por eixos, provenientes de diversas instituições atuantes na região. O terceiro passo envolve impulsionar negócios, e o quarto passo consiste em capacitar com foco nos eixos prioritários e vocações, visando resultados imediatos. Essas ações têm como objetivo interligar parceiros, estruturas e, principalmente, recursos, utilizando canais estratégicos, como articulação de políticas públicas e financiamento, incluindo o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima”, afirmou ainda Haroldo.

O evento realizado pelo Lab: São Francisco – Caatinga contou com apoio do Lab Noronha, Centro Brasil no Clima, Instituto Intercidadania e Instituto Clima e Sociedade.

O coordenador da CCR Submédio, Cláudio Ademar, destacou a importância das parcerias para que todas as iniciativas voltadas à revitalização do rio São Francisco possam ter efetividade. “A reunião foi boa porque houve participação maciça da sociedade civil e do poder público local e regional, além de diversos outros órgãos envolvidos com a questão ambiental. A proposta do projeto é importante porque acredito que a revitalização tem que ser construída a muitas mãos. Quanto mais parceiros e integração, melhor para o rio São Francisco. Temos boas perspectivas pela experiência que o Sérgio Xavier já tem e pode conduzir, com todos os parceiros, essa iniciativa onde me chama a atenção, especialmente, o resgate do crédito de carbono, que não é fácil mas é possível e pode garantir a Caatinga em pé”.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Juciana Cavalcante