Coordenador da CCR Baixo São Francisco participa de mesa-redonda sobre mudanças climáticas

06/08/2024 - 11:55

O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco (CCR Baixo SF) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou na última quinta-feira (1º de agosto), da mesa-redonda com o tema “As mudanças climáticas e os desastres ambientais. O que fazer para evitar? Alagoas está preparada?”. Participaram também o professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Osvaldo Viégas, o ambientalista Ricardo Ramalho e o promotor de justiça do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), Alberto Fonseca. A discussão, organizada pelo Centro Universitário (CESMAC), foi mediada pelo deputado estadual Inácio Loiola.


A abertura contou com a apresentação do maestro Luiz Martins e do músico Luiz Paiva. Após a execução dos hinos nacional brasileiro e o hino do CESMAC, o vice-reitor da instituição de ensino e professor, Douglas Apratto, iniciou os debates da mesa-redonda. “Temos aqui excelentes representantes, uma seleção de ouro em se tratando da causa ligada ao meio ambiente. Só tenho a agradecer a presença honrosa de todos os nossos convidados. Nós educamos hoje para transformar o amanhã e acreditamos no poder da educação. Queremos construir uma sociedade mais justa e inclusiva que promova ações como esta de hoje”, disse.

O mediador da mesa-redonda, Inácio Loiola, pontuou que o debate promovido é de grande importância por levantar o tema das causas ambientais. “O maior problema do planeta são as questões ambientais. Somente de uns tempos para cá é que a humanidade está se conscientizando em preservar um paciente que já está na UTI, que é o planeta terra. Nos próximos anos, os grandes conflitos que teremos serão por causa da água, infelizmente. O rio São Francisco está morrendo, é um paciente agonizante e é preciso que se dê o devido valor a esse bem tão precioso. O Velho Chico representa 75% do potencial hídrico do Nordeste, é responsável por 95% da geração de energia, é responsável por 300 mil hectares de projeto de irrigação ao longo da sua bacia hidrográfica, é responsável pelo abastecimento de inúmeras cidades de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas. Portanto, fico muito feliz em participar desse debate e contar com pessoas que são comprometidas e competentes com as questões ambientais”, disse.

O primeiro integrante a falar na mesa-redonda foi o promotor de justiça do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), Alberto Fonseca, que pontuou o que o MP/AL vem fazendo para o enfrentamento das mudanças climáticas. As ações tiveram início em 2014, quando o MP passou a adotar o planejamento estratégico através de programas e projetos estratégicos. “Nós tivemos alguns desastres ambientais aqui em Alagoas em 2010. Foi uma enchente, uma precipitação pluviométrica fora do comum, na ocasião. Nunca na história tinha acontecido isso, ficou tudo alagado. Um dos pontos a se enfrentar hoje é a drenagem. Os municípios precisam de seus planos diretores de drenagem e gestão de águas pluviais. Em se tratando do rio São Francisco, há a Fiscalização Preventiva Integrada e na próxima semana iremos discutir com todos os procuradores gerais da bacia hidrográfica que integram a FPI, o combate ao desflorestamento e o enfrentamento às mudanças climáticas. Se tivermos uma agenda organizada iremos, ao menos, minimizar os impactos causados”.


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Anivaldo Miranda, coordenador da CCR Baixo SF do CBHSF, fez uso da palavra e pontuou que uma das coisas mais complexas no contexto da vida humana é promover a mudança de comportamento. “Aquilo que parece óbvio para uma comunidade, para outra não é. É necessário que as pessoas entendam que determinados fenômenos necessitam de atitudes para que não sejamos vítimas de desastres ambientais. É preciso, de fato, que essa consciência ambiental realmente prevaleça”.

Miranda acrescentou que a hora de começar a reagir a favor do planeta é agora! “Estamos retirando da natureza mais do que ela pode oferecer e é imprescindível a mudança de comportamento o mais rápido possível. Os recursos naturais não são infindáveis e a espécie humana adquiriu um poder que está desestabilizando o ecossistema. É preciso que todos nós estejamos conscientes da importância da preservação ambiental. A questão do aquecimento global, por exemplo, é concreta e não vai ser o poder público sozinho que irá resolver. Ou nós obrigamos o poder público a fazer sua parte ou, do contrário, ficará difícil o enfrentamento às mudanças climáticas”.

O professor da Universidade Federal de Alagoas, Osvaldo Viégas, apresentou ao público uma temática sobre a utilização dos combustíveis fósseis e a queima das suas cadeias de carbono, com a liberação do CO² na atmosfera. “Do ponto de vista de comportamento, no sistema capitalista de consumo, precisaremos modificar para salvarmos o nosso planeta, caso contrário veremos uma tragédia atrás da outra”.

E, por último, Ricardo Ramalho, ambientalista e ex-secretário do Meio Ambiente de Maceió, destacou que é preciso um choque de realidade. Ele aproveitou para mostrar a situação aqui de Alagoas e trouxe a pauta sobre grandes enchentes e secas. “São ocupações de margens e várzeas, assoreamento de leitos que a sociedade alagoana continua fazendo e isso traz grandes prejuízos na região”.

Ramalho contou, ainda, que a impermeabilização tem tomado conta das cidades brasileiras. “Está entranhado nas cabeças das pessoas que tudo tem que ser impermeabilizado e isso leva ao aumento da temperatura e ao desconforto térmico, diminuição das áreas verdes, dentre outros prejuízos à sociedade”, explicou.

Após as falas dos palestrantes, o mediador abriu para perguntas do público. Algumas dúvidas foram tiradas, bem como questionamentos aconteceram. Para saber da mesa-redonda na íntegra, clique aqui!


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Deisy Nascimento