A agenda de atividades do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) começou essa semana com a oficina de monitoramento da qualidade da água, realizada nesta segunda-feira (24 de setembro) no auditório do Hotel Ponta Verde, em Maceió (AL). O principal objetivo é buscar a unificação dos termos referentes ao monitoramento da qualidade das águas do São Francisco, especialmente na região do Baixo, entre Alagoas e Sergipe.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, explicou que a criação de uma espécie de rede de cooperação que garanta o acompanhamento da qualidade da água é o principal motivo da oficina. “Isso porque o monitoramento é feito por diversos entes. Universidades fazem, o Ibama faz, secretarias estaduais fazem, mas quando temos a necessidade de acesso, nem sempre encontramos à disposição”, disse ele. Miranda esclareceu que a iniciativa surgiu após o repasse de um recurso extra por parte da Agência Nacional de Águas (ANA).
A rubrica foi, então, definida para ser aplicada nessa cooperação. O próximo passo após a oficina será a assinatura de um termo de referência a ser firmada com o Comitê. “Faremos a contratação de uma empresa para realizar esse monitoramento. Haverá capacitação, compra de equipamentos para dar respostas complementares às informações dos estudos realizados pela ANA e pela Chesf [Companhia Hidroelétrica do São Francisco]”, explicou Alberto Simon, diretor técnico da agência delegatária do Comitê, a Peixe Vivo. “Todo esse trabalho faz parte de um Plano de Trabalho Especial”, complementa Simon.
Representante da ANA, Volney Zanárdi valorizou a iniciativa, visto que a proposta do CBHSF deverá reforçar o trabalho da agência federal. Outro integrante da Agência Nacional de Águas, Fabrício Vieira ressaltou que para garantir a qualidade dos dados coletados é essencial a confiabilidade nos equipamentos. Ele apresentou a rede nacional de monitoramento da ANA.
Albino Luciani Leial, da Chesf, apresentou os protocolos de monitoramento e informou que há um acompanhamento constante, por parte da empresa, com frequências regulares e em diferentes níveis para verificar a qualidade das águas são franciscanas. Nessa relação, segundo Leial, estão itens como temperatura, índice do pH, condutividade, cloretos, entre outros.
A próxima etapa do trabalho de construção do termo de referência é a abertura do prazo para apresentação de contribuições dos que participaram da oficina. De acordo com previsão de Alberto Simon, até o final de outubro o documento deverá ficar pronto, permitindo a contratação do plano de monitoramento.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco, Honey Gama, participou da programação e enalteceu a iniciativa do Comitê. Para ele, o acompanhamento da qualidade da água do Velho Chico é urgente por parte do CBHSF, como forma de contribuir com a sociedade, em virtude do caráter transparente do colegiado com as informações.
A coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do Comitê, Ana Catarina Pires, apresentou contribuições ao documento inicial do termo de referência. Os superintendentes de Recursos Hídricos das secretarias estaduais de Meio Ambiente de Alagoas e de Sergipe, respectivamente Gustavo Carvalho e Ailton Rocha, também apresentaram questões relacionadas ao acompanhamento hídrico promovido pelos dois estados.
Também participaram da oficina representantes de diversos órgãos, a exemplo da Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Prefeitura de Arapiraca, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros.
*Texto e fotos: Delane Barros