A questão da implementação e funcionamento das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na Bacia do Rio São Francisco esteve no centro das discussões da manhã de hoje, dia 5 de julho, da XXI Plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, realizada em Belo Horizonte. A maioria das colocações voltou-se para um mesmo ponto: a necessidade de se criar mecanismos de defesa das águas do São Francisco contra os eventuais impactos ambientais gerados pelas PCHs.
“Restringir a discussão sobre o uso das águas do rio São Francisco ao que elas podem gerar de energia é preocupante”, observou o biólogo Gustavo Malacco, diretor da Associação para Gestão Sócio-Ambiental do Triângulo Mineiro, ao fazer uma explanação sobre os projetos de PCHs existentes no Estado de Minas Gerais.” Segundo ele, outras questões importantes relacionadas com o uso do rio precisam ser discutidas profundamente.
Malacco forneceu diversos dados econômicos do país para comprovar que, mesmo em meio a difusão de novas alternativas energéticas, o Brasil ainda tem nas hidrelétricas a base de sua geração de energia: “Cerca de 70% do suprimento energético do país baseia-se na produção hidráulica”, disse, lembrando que é necessário se pensar na relação das centrais hidrelétricas com o meio ambiente, bem como com o ser humano, “já que a questão do emprego e renda também precisa estar inserida na discussão”
Durante o debate destacou-se ainda o avanço da legislação referente às PCHs conseguida pelo Estado da Bahia, que foi alvo da apresentação do representante do INEMA (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia), Julio Rocha. Diversos participantes da plenária fizeram questão de elogiar esse avanço, pontuando a necessidade de os outros Estados da bacia, incluindo Minas Gerais, centrarem esforços para atualizar também suas legislações referentes ao tema.