Evento previsto para novembro coleta dados para definir políticas públicas e ajuda população da região
Diz a lenda que só há um jeito de ser conhecido e entendido: se apresentar e se explicar. Nesta quarta-feira, por duas horas e meia, gestores, pesquisadores, técnicos e analistas da Universidade Federal de Alagoas e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) estiveram reunidos com o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, e seus diretores.
Na pauta oficial, a preparação para a 6ª edição da Expedição Científica do Baixo São Francisco, que percorre cidades e povoados alagoanos e sergipanos às margens do rio (leia abaixo). No entanto, os resultados do encontro devem ir bem além do prometido apoio ao evento em si.
A diretoria da Codevasf sinalizou, por exemplo, com ajuda técnica e financeira a um programa chamado Sistemas Individuais de Esgotamento Sanitário. “Ele é muito relevante. E tanto do ponto social quanto de saúde pública”, diz Maciel Oliveira, presidente do CBHSF – instituição que financia esse projeto a partir do dinheiro arrecadado pela concessão e uso dos recursos hídricos.
Hoje, quase a totalidade dos municípios que margeiam o São Francisco não tem um serviço eficiente (quando os têm) de coleta e lançamento do lixo sólido ou líquido doméstico – e aí, claro, prevalecem as fossas amadoras e precárias, principalmente nas áreas rurais.
“Esse tipo de iniciativa – que inclui mesmo a construção de simples sanitários – chega até a reduzir o número de estupros”, conta o pesquisador Emerson Soares, da Ufal – lembrando que em muitas localidades a satisfação das básicas necessidades fisiológicas é feita no mato, em arbustos.
Em toda bacia do São Francisco, pelo menos 12 municípios estão ou serão beneficiados. A prioridade no atendimento será dada a comunidades tradicionais (aldeias indígenas ou quilombolas).
Outro programa que chamou a atenção dos diretores da Codevasf foi o de sustentabilidade hídrica, que prevê a implantação e construção de viveiros de mudas nativas, barragens subterrâneas, barramentos de contenção de sedimentos e cisternas.
Almacks Luiz Carneiro da Silva, secretário do CBHSF, lembrou ao presidente da Codevasf que o trabalho da instituição dá bons resultados, mas que precisa ser ampliado.
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Ciência e tecnologia
Na tarde desta quinta-feira (26), foi a vez de os gestores do CBHSF e da Ufal apresentarem os planos para a expedição deste ano aos técnicos e assessores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Sonia da Costa, chefe da Assessoria de Gerenciamento de Recursos, prometeu – em nome da ministra Luciana Santos – apoio integral.
De pronto, ela sugeriu doar, por meio de programa próprio do MCTI, computadores e laboratórios de informática para escolas das comunidades visitadas pelos professores, estudantes e técnicos pesquisadores da Ufal.
Também pediu um projeto técnico para disponibilizar recursos para a instalação de uma plataforma física de estudos no Baixo São Francisco – semelhante às usadas nos rios da Amazônia por cientistas.
Indicadores
A expedição científica organizada pela Ufal com apoio do CBHSF quer usar os resultados das análises (seja química ou sociológica, ambiental ou sanitária) para gerar conhecimento específico sobre a região. Por exemplo: a partir dos indicadores recolhidos (principalmente sociais) orientar políticas públicas sobre o combate à fome ou sobre a conscientização ambiental na juventude.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Renato Ferraz
*Fotos: Renato Ferraz