Como parte do processo de construção do Plano Municipal de Saneamento, o município alagoano de São José da Tapera, localizado no baixo São Francisco, há 240 km da capital Maceió, avançou mais um passo com a realização da primeira conferência municipal. O encontro, que serve para que a população conheça os resultados do diagnóstico da atual situação dos serviços de saneamento básico, aconteceu durante a tarde desta quinta-feira (01), de forma virtual.
Financiado integralmente pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o PMSB na cidade alagoana é elaborado pela Premier Engenharia e Consultoria que apresentou os principais problemas da cidade nos eixos de abastecimento de água potável, drenagem de águas pluviais, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Entre as questões mais recorrentes apontadas pelas comunidades em reuniões anteriores e pelo Grupo de Trabalho instituído pelo poder público municipal, a cidade ainda necessita de infraestrutura para atender principalmente as áreas rurais com os serviços previstos pelo PMSB.
Com 100% da sede do município atendida com abastecimento de água pela concessionária, e apenas 20% da área rural com disponibilidade do serviço, as demais localidades usam ainda outras formas de abastecimento como poços artesianos e carro pipa, por exemplo. Embora se verifique um bom estado das instalações físicas e equipamentos dos serviços de abastecimento, a rede de distribuição ainda é antiga e considerando a relação de demanda X consumo, o município apresenta um déficit de 61%. Além disso, utilizando o modo de tratamento por simples desinfecção, o sistema chega a verificar mais de 50% de perdas na distribuição de água com a existência significativa de vazamentos na rede de abastecimento. Já no eixo de esgotamento sanitário, embora o município possua projeto elaborado em 2013 para a implantação de sistema de coleta e tratamento de esgoto na área urbana e com algumas obras iniciadas que prevê construção de 40 km de rede coletora, três estações elevatórias e estação de tratamento, mais de 61% da população utilizam fossa rudimentar e mais de 28% não tem banheiro em casa.
Quanto à coleta domiciliar do lixo, a área rural, diferentemente da sede do município que é atendida em sua totalidade, tem apenas pouco mais de 38% da comunidade com disponibilidade do serviço. Ainda precisando avançar no serviço de coleta seletiva, que já existe no município, mas com pouca abrangência, a maior parte do lixo recolhido é destinado ao aterro sanitário que fica a 13 km da sede do município, com exceção dos resíduos oriundos dos serviços de saúde. Já no aspecto da drenagem de águas pluviais, o levantamento apontou uma carência de programas de educação ambiental de modo a coibir o lançamento de efluentes sanitários e resíduos sólidos nos corpos hídricos do município, além da ausência de uma política de cobrança dos serviços de drenagem e de controle de custos dispendidos no setor e ainda a inexistência de um plano de manutenção sistemático do sistema de drenagem.
Os dados levantados pela empresa consideraram informações do município, setores de economia, infraestrutura e indicadores socioeconômicos, além de verificar a situação institucional do município. “O diagnóstico aponta problemas comuns às cidades, mas que são individualizados considerando as características de cada comunidade, para que assim, possamos pensar, incluindo as populações em modos efetivos de resolução e para resolver, é preciso considerar as particularidades de cada localidade”, explicou o engenheiro sanitarista da Premier, Rafael Meira Salvador.
Para o diretor de Meio Ambiente do município Thiago Santos Gomes, é importante a participação da comunidade nas audiências e construção do plano. “A elaboração do plano é, também, uma oportunidade grande de aprendizado para que o município possa avançar ainda mais na resolução dos problemas”, destacou.
Hoje às 14h acontecerá também a primeira conferência municipal do município de Águas Belas (PE), e no próximo dia 07/07, será a vez do município Senador Rui Palmeira (AL).
Com 20 municípios já beneficiados pela elaboração do PMSB na região do Baixo SF, além de São José da Tapera, estão em execução os planos de outras sete cidades e seis PMSBs seguem em fase de licitação.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Juciana Cavalcanti