Os membros da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Alto São Francisco reuniram-se na sexta-feira (30 de agosto) para a reunião ordinária no Hotel Normandy, em Belo Horizonte(MG). Na extensa pauta de discussões, destacaram-se questões como apresentação do status dos projetos de recuperação hidroambiental e de Planos de Saneamento Básico executados na região do Alto São Francisco, o monitoramento dos peixes no Lago de Três Marias e Retiro Baixo, monitoramento da qualidade da água na bacia do rio Paraopeba e o Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP) na Bacia do Guavinipan.
O coordenador da CCR Alto São Francisco, Adson Ribeiro, abriu a reunião falando sobre a importância da participação de todos os membros da Câmara na preservação e revitalização do Velho Chico. “Desejo que o São Francisco seja verdadeiramente o rio da integração nacional. E para que isso ocorra verdadeiramente, nós da CCR Alto São Francisco temos avançado nos trabalhos da Câmara e conseguido discutir e realizar ações importantes para o nosso objetivo em comum de que o São Francisco seja um rio para todos”, afirmou.
Veja as fotos da reunião:
Projetos hidroambientais e PMSBs
O CBHSF lançou em 2018 um chamamento público de projetos, o qual recebeu 30 demandas da CCR Alto São Francisco. Destas, 14 foram aprovadas na fase eliminatória do chamamento e seis aprovadas na Resolução DIREC/CBHSF nº 66/2018. Os municípios contemplados pelos seis projetos são: São Gotardo, Pompéu, Uruana de Minas, Três Marias, Bonfinópolis de Minas e Felixlândia.
Quanto aos PMSBs, já foram contratados 15 planos na região do Alto São Francisco, sendo que 10 foram finalizados e entregues aos municípios e cinco ainda estão em andamento.
Além disso, o CBHSF também lançou um edital de chamamento público para a elaboração de PMSBs em março deste ano, do qual foram selecionados 12 municípios do Alto São Francisco. São eles: Moeda, Mamonas, Diamantina, Verdelândia, Feira da Mata, Urandi, Caetanópolis, Martinho Campos, Bonito de Minas, Japaraíba, Bambuí e Itaguama.
Confira a apresentação:
ZAP da Bacia do Rio Guavinipan
O membro da CCR Alto São Francisco, José Valter Alves, apresentou durante a reunião o Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP)da Bacia do Rio Guavinipan, localizado em Bocaiúva, Engenheiro Navarro e Francisco Dumont. A metodologia foi desenvolvida pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
José Valter mostrou que o ZAP possui como objetivo a disponibilização de base de dados e informações que subsidiarão a formulação, implantação e monitoramento de planos, programas, projetos e ações que busquem o aprimoramento da gestão ambiental por sub-bacia hidrográfica no estado de Minas Gerais.
Monitoramento da água e dos peixes cultivados no reservatório de Três Marias e Retiro Baixo
Esteve presente na reunião da CCR Alto São Francisco o médico veterinário, Eduardo Lage, coordenador do Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos de Cultivo no Estado de Minas Gerais, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Eduardo mostrou que o IMA tem avaliado o perfil toxicológico dos metais pesados na água e nos peixes produzidos em propriedades localizadas no reservatório de Três Marias, após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG). Além disso, o órgão tem monitorado a qualidade da água para atividades de piscicultura do reservatório de Três Marias. A avaliação tem sido feita em pisciculturas nos municípios de Morada Nova de Minas, Felixlândia, Três Marias, São Gonçalo do Abaeté e Abaeté, podendo se estender para Biquinhas, Paineiras e Pompéu, todos banhados pelo reservatório de Três Marias.
Já foram realizdos três ciclos de coletas, faltando apenas um para finalizar o primeiro monitoramento. Com os resultados, será possível gerar informações seguras para os produtores rurais e para a sociedade em geral.
Monitoramento da qualidade da água na bacia do rio Paraopeba
A representante do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Vanessa Kelly Saraiva, apresentou durante a reunião da CCR Alto São Francisco, o monitoramento da qualidade da água ao longo do Rio Paraopeba. O objetivo é acompanhar, preventivamente, a situação da qualidade da água dentro do reservatório após o rompimento da barragem 1, da Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Conforme informativos elaborados pelo Igam (com colaboração da ANA, COPASA e CPRM), até o presente momento não foram observadas alterações na qualidade das águas na estação de amostragem localizada a jusante da Usina Hidrelétrica (UTR) Retiro Baixo (BP099) que indiquem a chegada da pluma de rejeitos neste trecho.
Os parâmetros avaliados são: turbidez, cor verdadeira, sólidos totais, sólidos dissolvidos e em suspensão totais, condutividade elétrica, demanda bioquímica de oxigênio, oxigênio dissolvido, pH in loco, densidade de cianobactérias, microcistina, saxitoxina, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal, orgânico e total, óleos e graxas, assim como a disponibilidade total de arsênio, bário, boro, cádmio, chumbo, cromo, fenóis, ferro, manganês, mercúrio, níquel, vanádio, zinco e a parcela dissolvida de alumínio, cobre, ferro e potássio.
No que se refere à violação dos limites para rios de classe 2 foram registradas violações somente dos parâmetros alumínio dissolvido e densidade de cianobactérias que não está relacionado ao desastre.
Confira a apresentação:
Viveiro de Mudas
Outro importante ponto discutido na reunião foi a situação da parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) para a manutenção e operação do Viveiro de Mudas de Patos de Minas.
Os membros da CCR Alto São Francisco votaram pela continuidade da parceria e deram um prazo ao IEF para apresentar um plano de trabalho para a produção de mudas.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Fotos: Ohana Padilha e Luiza Baggio