O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, Anivaldo Miranda, se reuniu no último dia 22 de julho, na sede da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, em Belo Horizonte (MG), com o presidente da concessionária elétrica e mais sete prefeitos de municípios são-franciscanos do Alto São Francisco. O motivo do encontro foi discutir possíveis resoluções para as reduções da vazão mínima na Usina Hidrelétrica de Três Marias, de propriedade da Cemig.
A medida redutora, determinada do Operador Nacional do Sistema – ONS, vem sendo prorrogada pela Agência Nacional de Águas – ANA desde março na UHE Três Marias, operando com apenas 10,5% do seu volume útil, ou seja, 220 mil litros por segundo da sua vazão. O normal é de 500 mil. Essa diminuição no volume de água vem criando um cenário de seca na região. A tendência, segundo informações da Cemig, é que até novembro a vazão seja reduzida para 150 mil metros por segundo. A falta de chuvas é um dos motivos para a contenção.
Na reunião, os prefeitos, de forma consensual, reivindicaram uma maior democratização das informações. “Queremos que a Cemig nos informe o que está acontecendo. Não temos conhecimento de nada. Estamos às cegas. Gostaríamos de uma posição da empresa quanto a dados técnicos. Nossa atual realidade não está boa. Precisamos dessas informações para municiar nossos moradores”, disse Vicente Resende, prefeito da cidade de Três Marias (MG), uma das mais afetadas com a medida.
Em sua fala, o presidente do CBHSF reforçou o que havia dito nas últimas reuniões da entidade com o setor elétrico e a ANA. “O sistema inteiro precisa ser repensado. A administração precisa ser compartilhada por todos os usos”, expressou Miranda.
O diretor de Geração e Transmissão da Cemig, Luiz Henrique de Castro Carvalho, comprometeu-se em atender os pedidos das prefeituras e disse que a concessionária informará à população ribeirinha por meio de audiências públicas locais e relatórios digitais. “A primeira audiência já está marcada para o dia 29 de julho, em Três Marias (MG). Não somos nós quem determina essa medida. Somos apenas executores”, revelou.
O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, corroborou com a fala do diretor da empresa. “Não temos o poder de mudar a decisão da ONS, mas por favor elenque os questionamentos que achem necessários. Iremos respondê-los com o maior comprometimento”, disse Morais, dirigindo-se aos prefeitos das cidades mineiras de Morada Nova de Minas, Três Marias, Biquinhas, Pompéu, Abaeté, São Gonçalo do Abaeté e Felixlândia, além do presidente do CBHSF.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF