CBHSF cria Câmara Técnica de Águas Subterrâneas

11/10/2019 - 16:22

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, convocou nesta quinta-feira (10) uma reunião ordinária no escritório do Comitê, em Maceió (AL), com os membros da nova Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CTAS), para estabelecer suas atribuições, estrutura e funcionamento. Na ocasião, foi realizada uma teleconferência com o gerente de projetos da Agência Peixe Vivo, Thiago Campos, para a apresentação do Termo de Referência.


Segundo Miranda, a implantação da CTAS constitui mais uma meta do programa de ações que o Comitê está cumprindo durante a atual gestão. “Ela reúne um conjunto de especialistas em recursos hídricos de águas subterrâneas muito qualificado e seguramente vai ajudar o Comitê na proposição de um programa de ação exclusivamente voltado para essa temática que é vital do ponto de vista da segurança e do balanço hídrico em toda bacia do Rio São Francisco e, sobretudo na calha central”, explicou.

Miranda disse ainda que “temos uma exploração muito intensa e desordenada das águas subterrâneas em toda a bacia, nos vários aquíferos, já com sinais de impactos negativos e, portanto, o Comitê procura, através do aprofundamento de diagnóstico de toda essa situação propor soluções, articulações e avanços na legislação da ação institucional e no cotidiano da gestão dessas águas subterrâneas para que nós possamos então ter um horizonte de segurança estratégica mais consistente no sentido de colaborar para um futuro positivo em relação à bacia”.


Veja as fotos da reunião:


Durante a reunião foram apresentados os novos membros que irão compor a CTAS e eleitos o novo coordenador que será o professor da UFPE, José Almir Cirilo e o novo secretário, Zoltan Romero, da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (SEMA/BA). Cirilo disse que é envolvido com o Comitê desde a sua criação e essa é mais uma missão onde irá fazer o possível para continuar colaborando. “A reunião de hoje foi muito profícua. A equipe tem uma visão multidisciplinar bem interessante e os conhecimentos se complementam. Debatemos diversas questões complexas no decorrer do dia e consideramos que o uso das águas subterrâneas é crescente, inclusive no que se refere à irrigação, o que nos preocupa. Isso motiva a equipe a buscar soluções. De toda essa discussão, nós entendemos que é preciso avaliar qual o impacto das retiradas dos aquíferos sobre as vazões do Rio São Francisco, particularmente o que chega até Sobradinho. Em uma primeira etapa faremos uma compilação dos estudos existentes para ver se tal ideia poderá ser respondida. Iremos avaliar também o modelo de gestão nacional das águas e uma terceira questão que é utilizar imagens de satélite de alta resolução para quantificar de forma simples, rápida e direta as áreas irrigadas nos limites dos aquíferos envolvidos e dali se estudar o volume de águas subterrâneas de modo a levar isso para o poder público, a sociedade, os usuários para que esse uso seja mais racional e não consuma em poucos o que a natureza demorou anos para criar”, contou.

De acordo com o secretário do CTAS, Zoltan Romero, o Termo de Referência incluirá o aspecto em conhecimento que está faltando hoje da região. “Existem muitos estudos, mas ninguém ainda fez as junções desses estudos para corrigir as incongruências, reparar as falhas, lacunas. Esse trabalho pretende fazer uma verificação do ponto de vista jurídico legal que é diferente nos entes federados. Cada usuário, a depender do ponto que esteja na bacia está submetido a uma legislação diferenciada”, pontuou.

Zoltan complementou que vai tratar junto com a equipe do imagiamento da área, um imagiamento de detalhe onde será permitida uma estimativa mais apropriada do uso da água na região. “Com isso, espera-se ter uma noção dos impactos atuais que esses usos estão tendo no Rio São Francisco, principalmente do lago Salgadinho”, finalizou.

Estiveram presentes: Anivaldo Miranda (CBHSF), Carlos Alberto (ABES/MG), Silvana Mônica Vaz (COPASA/MG), Mike Henderson (DESO), Chang Hung Kiang (Instituto Ecoengenho), Cristiane Neres (AFAF), João Pedro da Silva (UNIVASF), José Almir Cirilo (UFPE), Zoltan Romero (SEMA/BA), bem como Manoel Vieira e Daniela Dinato da Agência Peixe Vivo.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Deisy Nascimento