O projeto de recuperação da nascente Olho d’Água, em Itaguaçu (BA), no médio São Francisco, está em fase de encerramento e, no último dia 14, o município recebeu a visita do coordenador da CCR Médio São Francisco, Ednaldo Campos, para acompanhar as ações que antecedem o Seminário Final.
Além de Ednaldo, Thiago Cruz, técnico ambiental da empresa W2 Engenharia, Hugo Leonardo, fiscal contratado para acompanhar o projeto, e Geovana Campos, engenheira ambiental e sanitarista da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, visitaram o viveiro construído para abrigar mudas de plantas nativas e verificaram o cercamento realizado no entorno da nascente. No mesmo dia, a equipe se reuniu com Joelson Pedra, secretário municipal de Agricultura, na sede da Prefeitura.
“A criação do viveiro representa uma oportunidade para sensibilizar os moradores sobre a importância da biodiversidade local. O objetivo é que o viveiro seja um espaço para a realização de atividades como oficinas e visitas guiadas para as escolas, proporcionando lições práticas de Educação Ambiental”, destacou Thiago Cruz. Ele também apontou que o viveiro é destinado à produção de plantas nativas que servirão na recuperação de áreas degradadas. “As mudas são cultivadas a partir de sementes coletadas na região, contribuindo para a manutenção da diversidade genética das espécies”, complementou.
Destacando a importância da integração comunitária, Ednaldo observou que o viveiro pode servir como ponto de encontro para os moradores. “A construção do viveiro é uma iniciativa que vai além da produção de plantas; é uma ferramenta eficaz para promover educação ambiental e engajar a comunidade”, disse.
No entorno da nascente, foram instalados aproximadamente 1.400 metros de cerca com o objetivo de delimitar a área da nascente e protegê-la de atividades humanas que podem causar degradação, como pastoreio de animais, desmatamento e construção de estruturas. “A vegetação ao redor das nascentes é crucial para estabilizar o solo, prevenir a erosão e manter a qualidade da água. Nascentes bem conservadas ajudam a manter o ciclo hidrológico local, o que é especialmente importante em regiões onde a disponibilidade de água é crítica, como é o caso do nosso município”, pontuou Geovana.
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“O cercamento das nascentes também pode servir para ações de educação ambiental. É importante que os moradores se envolvam em atividades de monitoramento e conservação, aprendendo sobre a importância das nascentes e como protegê-las”, assinalou Ednaldo.
Durante a reunião na Secretaria Municipal de Agricultura, o secretário Joelson celebrou a finalização do projeto. “A nascente Olho d’Água representa um patrimônio natural e histórico de Itaguaçu. A retirada das espécies invasoras, o cercamento da área e a construção do viveiro são ações realizadas pelo projeto que já estão impactando diretamente o dia a dia dos moradores”, declarou. Joelson reconheceu que, inicialmente, alguns moradores se mostraram resistentes às ações, preocupados que suas atividades fossem afetadas pelo cercamento; no entanto, as dúvidas foram dirimidas durante as oficinas e seminários destinados a abordar a importância e os benefícios de práticas adequadas para garantir a qualidade da área recuperada.
O seminário final e o início das atividades no viveiro de mudas estão previstos para o próximo mês. A recuperação da nascente Olho d’Água foi integralmente financiada pelo CBHSF com recursos advindos da cobrança pelo uso de recursos hídricos e está entre os projetos de requalificação ambiental direcionados à manutenção da quantidade e da qualidade das águas da bacia.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Mariana Carvalho
*Fotos: Mariana Carvalho