O período chuvoso chegou e embora a usina hidrelétrica de Sobradinho esteja em uma situação mais confortável em relação à quantidade de água armazenada, uma das melhores marcas dos últimos anos, a usina hidrelétrica de Itaparica não apresenta o mesmo cenário, atualmente com 25% da capacidade. Por isso, a vazão da UHE Sobradinho vem aumentando gradativamente desde o final de outubro para garantir o armazenamento de pelo menos 30% em Itaparica.
Com o maior volume liberado dos últimos sete anos, o cenário na região também mudou. Nesta quinta-feira (05) a defluência média diária em Sobradinho passou de 2.600m³/s para 2.900m³/s. A nova vazão deve permanecer nesse patamar até nova avaliação. A alteração ocorreu devido a necessidade de minimizar a redução do volume armazenado na UHE de Itaparica, de acordo com apresentação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em reunião de avaliação das condições da operação dos reservatórios da Bacia do Rio São Francisco, coordenada pela Agência Nacional de Águas (ANA), realizada no último dia 27.
Com isso, pontos de atração turística como as ilhas de Juazeiro (BA), estão interditadas devido à cheia. Na Ilha do Rodeador as barracas já estão praticamente submersas, e na Ilha do Fogo também não há mais faixa de areia. Na orla da cidade a água já tomou conta de parte das áreas de lazer. E no bairro Angary, nas margens do rio e onde vivem os pescadores, a água também chegou nas portas das casas. É também nessa localidade que está o monumento Nego d’Água, um dos símbolos populares que já estava dentro da água há alguns meses.
Veja as fotos da cheia na região:
De acordo com o diretor de operações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique de Araujo Franklin Neto, conforme apresentação realizada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a previsão é que no início da estação chuvosa ocorram precipitações acima da média histórica nos trechos do Alto e Médio da Bacia do Rio São Francisco. O período chuvoso na Bacia do Rio São Francisco se iniciou neste mês de novembro e deve se estender até abril de 2021.
Ainda segundo o superintendente de operação Tony Ulysses Firmino, as comunidades devem ficar atentas para não utilizarem as áreas ribeirinhas. “É fundamental chamar a atenção para a importância da não ocupação das áreas ribeirinhas sitiadas na calha principal do rio, haja vista que em condições emergenciais, a exemplo da necessidade de elevação de geração para atendimento do SIN, as usinas de Sobradinho e Xingó têm capacidade de turbinar valores da ordem de 4.000m³/s e 3.000m³/s, respectivamente”.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Juciana Cavalcante