A necessidade de se criar e viabilizar tecnologias para o desenvolvimento sustentável por meio de energia limpa, como, por exemplo, projetos que promoveram o acesso à luz elétrica com auxílio da energia fotovoltaica facilitando não só a convivência em áreas de pobreza, como também oportunizando gerar renda através da produção seja na agricultura ou irrigação, serviu de base para a elaboração de um projeto que viu na pimenta rosa, fruto extraído da Aroeira, uma fonte rentável para comunidades no interior do Estado de Alagoas. O objetivo era pensar para além da atividade extrativista simples e predatória, e tornar-se exemplo de sustentabilidade. A ação chega a atender cerca de 500 famílias em Piaçabuçu.
A Aroeira é uma árvore encontrada em abundância na região da foz do Rio São Francisco. Oriunda defruto perfumado e saboroso, a especiaria é utilizada como tempero na alta gastronomia. Também conhecida como aroeirinha e aroeirinha de praia, a árvore nativa da Mata Atlântica brasileira tem como nome científico Schinusterebinthifolius. E é dessa especiaria que inicialmente a comunidade de São José da Tapera, em 2004, passou a fazer o beneficiamento do fruto comum na região.
“O objetivo é melhorar a vida das pessoas no Semiáridocom ações concretas e estruturantes. Depois de organizar a comunidade, que passou a fazer o beneficiamento do produto, contamos com o apoio dos hotéis que aderiram ao projeto oferecendo o produto aos seus hóspedes”, explicou um dos responsáveis pelo projeto, o engenheiro de pesca José Roberto Fonseca, do Instituto Eco Engenho.
Em agosto deste ano, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco esteve na sede da Associação Aroeira, em Piaçabuçu (AL), para apresentar o Termo de Referência do projeto de educação ambiental e reflorestamento Bosque Berçário das Águas. O documento foi elaborado pela empresa DHF – Consultoria e Engenharia, empresa contratada pelo CBHSF, e tem como foco o reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal na região da foz do Rio São Francisco, nas cidades de Piaçabuçu/AL e Brejo Grande/SE, recuperando o ecossistema nativo com foco no extrativismo sustentável e educação ambiental dos beneficiários que são os integrantes da Associação Aroeira e comunidades que serão contempladas pelo projeto.
Pensando também em adequar o extrativismo sustentável à cobertura ciliar, cinco áreas serão contempladas com o projeto. São elas: os terrenos da Associação Aroeira, e da Coopaiba, uma área administrada pelo Erick Tenório, assentamento Fazenda Paraíso e o Povoado Resina. O termo de referência ainda aponta a execução dos serviços de construção de um viveiro de mudas com capacidade de produção de 115 mil mudas por ano, implantação de um bosque berçário, reflorestamento de cinco áreas piloto e construção de 7.480m de cercas.
O projeto atendido pelo CBHSF tem como principal objetivo a melhoria da quantidade e qualidade das águas do Rio São Francisco e seus afluentes, além de gerar renda, preservando as matas ciliares através da educação ambiental e combatendo a erosão e o assoreamento.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Acervo da Associação Aroeira