Os membros da Câmara Consultiva Regional (CCR) Alto São Francisco, pertencente ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) se reuniram, no dia 14 de abril, por videoconferência, para debater sobre as ações e projetos em prol da revitalização e conservação do território do Alto São Francisco.
O coordenador da CCR Alto São Francisco, Altino Rodrigues Neto, apresentou aos membros da Câmara a proposta de um projeto a ser executado na bacia do Ribeirão Santa Isabel, localizada em Paracatu. “A bacia do Ribeirão Santa Isabel é responsável pelo abastecimento de água de mais de 90 mil pessoas no município de Paracatu e enfrenta há aproximadamente quatro anos uma crise hídrica intensa. Por isso, propomos a contratação de um projeto para assegurar o abastecimento de água da população da região”, afirmou.
O secretário da CCR Alto São Francisco, Adson Ribeiro, esclareceu que foi realizado o Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP) na bacia do Ribeirão Santa Isabel. “O estudo foi realizado por meio de uma parceria entre o Sebrae Minas e a Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), com apoio da Prefeitura de Paracatu. Entre as ações direcionadas para resolver o problema do ribeirão que abastece a cidade e propriedades rurais está a construção de um barramento no leito do Santa Isabel. O barramento beneficiará pequenos agricultores e pecuaristas, irrigantes, bem como comunidades rurais”, explicou.
Os membros da CCR Alto São Francisco aprovaram o projeto que deverá ser apresentado ao Plenário do CBHSF para contratação.
A equipe da Agência Peixe Vivo apresentou na reunião o status dos projetos contratados para a região do Alto São Francisco.
Vazões mínimas do Velho Chico
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, participou da reunião da CCR Alto São Francisco e alertou que o Comitê é contrário à redução da vazão mínima do Rio São Francisco. “O Operador Nacional do Sistema Elétrico [ONS] solicitou à ANA [Agência Nacional de Água e Saneamento Básico] redução na vazão mínima do Rio São Francisco nos reservatórios de Xingó e de Sobradinho de 1.100 m3/s para 800 m3/s com a justificativa de que a medida é necessária para a segurança de todo sistema elétrico brasileiro. Não concordamos com mais uma flexibilização da vazão. Seria uma economia de pouco mais de 4% no reservatório de Sobradinho que causaria diversos impactos para a bacia”.
Para Anivaldo as questões referentes às vazões mínimas eram assuntos do passado. “Acreditávamos que este era um problema sanado na bacia do São Francisco, visto que ao longo dos últimos 7 anos construímos uma nova política de vazão em parceria com a ANA e outras instituições. Devemos assegurar os usos múltiplos, mas não podemos esquecer que os últimos anos foram de escassez severa com frequentes reduções na vazão mínima do São Francisco que causaram impactos, sobretudo na região do Submédio e Baixo. Quando pensávamos que pela primeira vez após a seca, em 2020 iríamos ter pelo menos um ano de regularidade para começar a recuperação não só dos reservatórios como também do ecossistema, tivemos que fazer uma primeira flexibilização da resolução para operar em uma maior vazão. E agora somos surpreendidos com um novo pedido”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio
*Foto: Léo Boi