“A situação do Rio São Francisco é irreversível”, afirma biólogo

23/01/2014 - 11:00

A paisagem do Rio São Francisco na orla de Penedo não é a mesma há algum tempo. Assim como é visto em outros pontos, ao longo do curso do rio entre os estado como Bahia e Sergipe, na cidade ribeirinha os bancos de areia tomaram o cenário e deram espaço a prainhas isoladas no meio do rio.
Além do grande impacto ambiental, a redução da vazão do rio nas usinas hidrelétricas tem gerado grande prejuízo para os ribeirinhos, que retiram daquelas águas o sustento da família. Porém, diante do cenário o biólogo Gabriel Le Campion garante que o grande problema enfrentado pelo rio é o desmatamento em suas nascentes e nos olhos d’água, o que se tornou uma situação irreversível.
De acordo com o especialista, mesmo que a vazão seja normalizada nas hidrelétricas, a tendência que é o rio voltar a secar novamente, já que as águas irão desaguar no mar. Segundo ambientalistas, o Rio São Francisco enfrenta a pior seca dos últimos 12 anos e a pouca chuva em seus afluentes fez com que o volume de água no lago de Sobradinho, na Bahia, reduzisse a sua capacidade para pouco mais de 30% da capacidade.
“Há 50 anos o professor Vasconcelos Sobrinho falou que o rio iria secar e ninguém deu importância. Agora estamos vendo o resultado. A situação do Rio São Francisco é irreversível”, afirmou o biólogo
Campion explicou que a tendência é que o São Francisco se torne um rio temporário, ou seja, fique cheio durante o período de chuvas e seco durante a época de estiagem. Ele afirma que o rio ainda não chegou à situação de total seca devido ao seu porte.
“Se fosse um rio de um porte bem menor com certeza já estaria seco”, acrescentou Campion.
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