Por George Olavo
JUAZEIRO (Zizyphusjoazeiro)
Palavra de origem híbrida, mestiça de tupi com português, “juazeiro” vem da junção do nome juá ou iu-á (fruto de espinho, em tupi) como sufixo “eiro”, que exprime a ideia de árvore ou arbusto que produz juá, o fruto.
O juazeiro é árvore típica do semiárido brasileiro, presença marcante na paisagem das caatingas e dos cerrados da bacia do rio São Francisco. Árvore alta e frondosa, esgalhada desde o chão, um juazeiro pode oferecer sombra para o gado e para o homem do sertão por mais de um século de vida. Não espanta que o seu nome tenha dado origem a topônimos famosos do Nordeste– foi usado para nomear um dos três maiores centros de religiosidade popular do Brasil, Juazeiro do Ceará, no sertão do Cariri, terra do Padre Cícero. Também nomeou Juazeiro da Bahia que, junto com a pernambucana Petrolina,hoje forma o maior conglomerado urbano da região do semiárido, recortado pelas águas do rio São Francisco.
A espécie Ziziphusjoazeiro Mart é planta da família das Rhamnaceae, da ordem Rosales. É árvore elegante de médio porte, atingindo cerca de dez metros de altura, com ramos tortuosos protegidos por espinhos. As folhas são elípticas, coriáceas e lustrosas, enquanto as flores são pequenas, de cor creme. Seus frutos são globosos, com pedúnculos orlados,amarelados por fora e brancos por dentro, com uma semente dura. São comestíveis e doces, ricos em vitamina C, utilizados para fazer geleias e também na alimentação do gado durante o período de seca.Possui casca rica em saponina, substância usada para fazer sabão e produtos de limpeza para os dentes.
A madeira é muito dura, usada tradicionalmente para o fabrico de móveis, cabos de ferramentas e carvão. As folhas, frutos, casca e raiz do juazeiro são utilizados na medicina popular, apresentando propriedades adstringentes, anti-inflamatórias, antigripal, cicatrizante e expectorante, entre outras.
O juazeiro possui outros nomes comuns, no sertão também é conhecido como juá-de-espinho, jurubeba, jurupeba, enjuá, enjoaá, juá-mirim, joá, joazeiro.
*Esta matéria foi veiculada na Revista do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco CBHSF | Nº 06 | MAI 2015. Para ler a revista completa, acesse.