Texto: Delane Barros
A vazão do rio São Francisco será reduzida para 550 metros cúbicos por segundo (m³/s) a partir do reservatório de Xingó, entre os estados de Alagoas e Sergipe, já a partir da próxima quinta-feira (17 de agosto). A informação foi transmitida na manhã desta segunda-feira (14 de agosto), durante a reunião que analisa as condições hidrológicas da bacia do São Francisco, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF) e transmitida por videoconferência para os estados da bacia.
A medida será aplicada após o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceder a licença para atender ao pedido formulado pelo setor elétrico. O objetivo da medida é garantir a manutenção do volume útil do reservatório de Itaparica, localizado em Pernambuco, no Submédio do São Francisco em 15% e impedir que Xingó chegue ao volume morto. De acordo com explanação feita pela equipe técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a defluência de 550m³/s resultará em 0,4% da capacidade de armazenamento de Xingó até novembro próximo.
Diante da explanação, representantes dos órgãos de Sergipe se manifestaram de duas formas. A equipe da Secretaria de Meio Ambiente alertou para a necessidade de monitorar a qualidade da água na região. Além disso, a Companhia de Abastecimento do Estado (Deso) antecipou que essa vazão irá dificultar a captação de água para atender a população. Para resolver o problema, a saída deve ser a aquisição de bombas flutuantes. O equipamento custa, em média, R$ 4 milhões a unidade e é praticamente impossível adquirir de forma imediata, devido a indisponibilidade e a questão legal, ou seja, atendimento a processo licitatório.O presidente da ANA, Vicente Andreu, ponderou que, com a chegada do período chuvoso previsto para a bacia do São Francisco para iniciar nos próximos meses, praticamente não haverá diferença na vazão de 600m³/s, como está agora, ou 550m³/s. A nova vazão irá resultar na redução de 7cm no nível do rio na região do Baixo São Francisco, conforme informou a representação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa também presente à reunião.
Participaram da reunião as equipes técnicas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden); Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf); governos dos estados de Sergipe e Alagoas; projetos irrigados Nilo Coelho e Jaíba, entre outros.
Nova rodada de discussão com vistas as condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional está marcada para a próxima segunda-feira, dia 21, a partir das 10h.