Estudantes em defesa do São Francisco

09/05/2017 - 15:09

Abaixo-assinado com mais de cinco mil assinaturas em prol da revitalização do rio é entregue ao presidente do CBHSF
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Texto e fotos: Delane Barros
Estudantes de agronomia encerraram, no dia 30 de abril, o 16º Encontro Regional de Agroecologia do Nordeste (ERA-NE), em Maceió (AL). Os alunos apresentaram um abaixo-assinado, com mais de cinco mil assinaturas, com o pedido de revitalização imediata do São Francisco, devido a sua importância econômica, cultural e regional. O documento, com assinaturas de cidadãos de diversos estados, como Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Pará, São Paulo, entre outros, foi entregue ao presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, na orla da capital alagoana.
Miranda prometeu dar conhecimento sobre o abaixo-assinado na plenária do CBHSF, que acontecerá nos dias 18 e 19 de maio, em Recife. Além disso, o presidente do Comitê também prometeu encaminhar cópia do documento aos ministérios da Integração Nacional e o de Meio Ambiente; Agência Nacional de Águas (ANA) e Secretaria Nacional de Recursos Hídricos (SNRH). “Essa iniciativa dos estudantes irá se juntar a uma campanha que iremos iniciar na plenária, para reunir dois milhões de assinaturas para encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional, para transformar a Caatinga e o Cerrado em patrimônio nacional”, diz Miranda, diante do grupo de alunos.

DSC_0638Eugênio Bulhões, estudante de agroecologia, Antônio Gomes dos Santos, pescador e defensor do Velho Chico e Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF

Com rostos pintados caracterizados de carrancas, símbolo do Velho Chico, portando cartazes e animados por um carro de som, os estudantes decidiram encerrar o encontro pedindo a revitalização. “Desde o ano passado, quando iniciamos a construção desse encontro, escolhemos o tema ‘Na rota do Velho Chico: A agroecologia e os movimentos sociais na luta contra as opressões no campo e na academia’, afim de tratar a cultura local e deliberamos pela coleta de assinaturas”, explica o organizador do evento, Eugênio Lessa Bulhões.
No encerramento da caminhada, na praia de Jatiúca, um dos pontos turísticos de Maceió, os acadêmicos ainda recolhiam assinaturas para apoiar o pedido de revitalizar já do rio da integração nacional.
Bulhões reforçou a importância da área da agroecologia em todo o processo de luta em defesa do Alto, Médio, Sub-médio e Baixo São Francisco. A agroecologia é uma vertente agronômica que engloba técnicas ecológicas de cultivo com sustentabilidade social e incorpora fontes alternativas de energia. Sua principal preocupação é sistematizar todos os esforços num modelo tecnológico socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável.
Durante o encontro, Anivaldo Miranda também esteve acompanhado do ex-presidente da Federação dos Pescadores do estado de Alagoas e um dos defensores do São Francisco, Antônio Gomes dos Santos, conhecido como Toinho. Ele ressaltou o seu amor pelo manancial, lembrou do período em que ficou órfão de pai e sustentou a família com a pesca. “Hoje, dá uma dor ver a realidade do São Francisco”, lamenta.

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