Texto: Delane Barros
A defluência do reservatório de Sobradinho, na Bahia, deverá ser elevada do nível atual, de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 693 m³/s. A informação foi transmitida na manhã desta segunda-feira (31 de julho) pelos técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), durante a reunião para avaliação das condições hidrológicas na bacia do rio São Francisco, promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA) e transmitida por videoconferência para os estados da bacia do São Francisco.
O objetivo da elevação da vazão visa garantir a manutenção do armazenamento em torno de 15% do volume útil em Itaparica até setembro e em 10% a partir de outubro. Esse patamar deve começar a vigorar na próxima segunda-feira (07 de agosto) e se prolongando até o final do mês. Enquanto isso, a defluência de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, deverá permanecer nos 600 m³/s, devendo ser reduzida para 550 m³/s a partir de setembro.
Já no reservatório de Três Marias, em Minas Gerais, a defluência deverá ficar estabelecida em 270 m³/s durante o mês de agosto, sendo elevada para 300 m³/s no final do mês e aumentar para 310 m³/s em setembro e outubro. Ainda durante a reunião, técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentaram as previsões e projeções para a bacia do São Francisco para os próximos dias. De acordo com Marcelo Seluchi, coordenador de operações, não há previsão de chuvas para a bacia nos próximos sete dias e o que se apresenta é de forte estiagem nos próximos meses.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou do encontro no escritório do colegiado em Maceió, através de videoconferência. Ele aproveitou para reforçar o grave problema da intrusão salina na foz do rio São Francisco, em Piaçabuçu (AL) e relatou a contribuição do Comitê para minimizar os efeitos do problema.
Miranda informou aos participantes do fórum que caberá ao CBHSF a construção de um reservatório pulmão em Piaçabuçu, além de um acesso de 900 metros a um poço artesiano, a ser construído pela Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso) no povoado Resina, naquele estado. “O Comitê não tem dinheiro para tudo, mas essa é a nossa contribuição, visto que fomos procurados pela Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), e pelo Incra de Sergipe, que apresentaram essas demandas e iremos atender de forma emergencial”, destacou o presidente do CBHSF.
Na próxima segunda-feira (07 de agosto) haverá nova reunião para avaliação das condições hidrológicas da bacia do chamado rio da integração nacional, igualmente transmitida por videoconferência para os estados da bacia.