Os membros da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco realizam reunião ordinária no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Aracaju (SE). A pauta de discussões começou a ser discutida nesta quinta-feira (19 de outubro) e prossegue no dia seguinte. O presidente da instituição, Henri Clay Andrade, participou da abertura dos trabalhos, quando destacou a importância e a necessidade de defender o rio São Francisco. Andrade assinou o Termo de Parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).
O documento visa à consecução de ações e o alcance das metas previstas nos seis eixos, em que se encontra estruturado o Plano de Recursos Hídricos da bacia do chamado rio da integração nacional. Para Henri Clay, a defesa do rio São Francisco é, acima de tudo, um ato de cidadania. “Estamos na Casa da Cidadania e temos uma história de lutas, desde quando foram iniciados os debates quanto à transposição do São Francisco e chegamos a aglutinar mais de 40 entidades sociais e ajuizamos duas ações na tentativa de barrar essa obra”, lembrou o presidente da OAB.
O vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, considerou fundamental o apoio da entidade para o trabalho do Comitê, em virtude das atividades paralelas desenvolvidas por ambos em defesa do Velho Chico. “Já nos unimos quando começaram as discussões relativas à transposição e agora iremos nos juntar, novamente, com vistas à defesa da revitalização do rio”, resumiu Maciel Oliveira. O coordenador da CCR do Baixo, Honey Gama, demonstrou sua satisfação em receber os membros do colegiado na entidade que ele integra.
Com relação a outros itens de pauta, houve discussão quanto a viabilidade de projetos de recuperação hidroambiental em tramitação no âmbito do Comitê. O diretor técnico da agência Peixe Vivo, delegatária do Comitê, Alberto Simon fez uma explanação sobre a pontuação necessária para a apresentação de novos projetos. Coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do Comitê, Ana Catarina de Azevedo Lopes, adiantou que os critérios para apresentação de projetos estão disponíveis no regimento interno do Comitê.
Ainda durante a reunião, a arqueóloga Maria Beltrão Malta também apresentou um estudo com vistas a atender uma demanda surgida na própria CCR, com vistas a recuperação de uma igreja centenária e de forte ligação histórica para o São Francisco. Localizado no município alagoano de Igreja Nova, o prédio chegou a ficar submerso e, de acordo com a arqueóloga, a construção não se enquadra nos padrões definidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para fins de tombamento, apenas sua recuperação física. “Sem dúvida, o prédio apresenta grande valor sentimental e histórico para a população do Baixo São Francisco”, ressaltou Maria Beltrão. A proposta de recuperação foi aprovada pela unanimidade da CCR.
A reunião continua nesta sexta-feira pela manhã, também no auditório da OAB/SE.
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Por Delane Barros
Fotos: Delane Barros