27/09/2017 - 15:51
O projeto de recuperação hidroambiental financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) na bacia do Rio Curituba, em Canindé de São Francisco (SE), teve uma capacitação nesta terça-feira (26 de setembro). A empresa GOS Florestal, responsável pela execução do projeto, reuniu a comunidade atendida para promover uma apresentação que irá contribuir para a preservação das intervenções propostas no contrato.
O projeto resultou na construção de 155 bacias de contenção; instalação de 12 mil metros de cerca em Áreas de Preservação Permanente (APP); e a plantação e conservação de 23 mil mudas. No final da manhã também houve a entrega dos cheques simbólicos, que representam o pagamento aos chamados produtores de água, ou seja, os proprietários de terras que têm nascentes e que as preservam. A ideia foi apresentada pelo Ministério Público Estadual de Sergipe (MPE) e representa o projeto-piloto no pagamento aos produtores de água na bacia do rio São Francisco. Os recursos são disponibilizados pela prefeitura de Canindé.
Antônio Jackson Borges, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), fez um relato da história do colegiado, desde a sua criação, instituído por decreto federal em 2001 e a determinação em investir parte dos recursos arrecadados através da cobrança pelo uso da água bruta, na própria bacia.
A promotora Allana Rachel Monteiro Batista Soares Costa considerou fundamental a realização do projeto na região. Para ela, é uma realidade que está transformando a realidade do rio Curituba. Allana foi a primeira a incentivar o pagamento a produtores de água. Quando o projeto começou a ser executado, ela inscreveu a iniciativa no concurso de projetos promovido pela Agência Nacional de Águas (ANA), o qual saiu vencedor nacional.
O presidente da empresa de abastecimento de água de Sergipe (Deso), Carlos Melo, era só entusiasmo na visita de campo. Ele anunciou que nos próximos meses a empresa fará o plantio de 4mil mudas de espécies nativas da região. Entretanto, ninguém era mais entusiasmado que o agricultor Manuel Dantas, o Brasil. Aos 68 anos de idade, ele revela que nunca deixou de plantar. Desenvolveu uma técnica que permite o armazenamento de sementes durante anos, sem uso de produtos químicos. “Esse projeto que essa empresa realiza aqui é uma riqueza para nós porque fortalece o trabalho do produtor”, concluiu.
Os trabalhos de recuperação hidroambiental representam mais uma forma de o CBHSF investir na bacia do São Francisco, contribuindo para a preservação de afluentes do Velho Chico, além de contar com o envolvimento da população.
Por Delane Barros
Foto: Delane Barros
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