A videoconferência mensal, promovida nesta segunda-feira (7 de outubro) pela Agência Nacional de Águas (ANA) para discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco, apresentou dados animadores em relação à manutenção do rio, mas com necessidade de atenção para o período chuvoso. Há previsão, inclusive, de uma frente fria que terá impacto na região da cabeceira do rio, em Minas Gerais.
De acordo com a apresentação feita pela equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as chuvas na bacia do São Francisco durante o mês de setembro ficaram um pouco abaixo da média para o período. Porém, para este mês de outubro, a estimativa quanto a chegada de uma frente fria na região Sudeste deverá apresentar um saldo bastante significativo na região do Alto São Francisco, em Minas Gerais.
A previsão é de que o fenômeno chegue nos próximos sete dias, com precipitação de até 44 milímetros (mm). Porém, caso fique restrito a esse período, acaba se tornando insuficiente para a bacia. Ainda conforme informações da equipe do Cemaden passadas na videoconferência, o fenômeno El Niño, cuja previsão é de registro ainda nesse mês de outubro, indica poucas modificações.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as premissas de operação dos reservatórios instalados na bacia do chamado rio da integração nacional. A orientação é para a prática de defluência média de 450 metros cúbicos por segundo (m³/s) até o final de novembro no reservatório de Três Marias, em Minas Gerais. Para Xingó, em Alagoas, a previsão é de 950 m³/s, mas vai depender de outros fatores, como volume de armazenamento superior ao que se apresenta hoje, podendo chegar a até 1000 m³/s. Em Sobradinho, na Bahia, a média a ser aplicada deverá ser de 981 m³/s. A média de reservatório equivalente, ou seja, a soma de todos aqueles instalados na bacia, é de 44%.
O superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, destacou que é preciso acompanhar com cautela o cenário da bacia durante o mês de outubro, porque pode apresentar atraso no período chuvoso e interferir nas vazões. “Está se aplicando toda a parcimônia com a recuperação do sistema, o qual está em equilíbrio, mas requer uma atenção especial”, destacou.
A videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico acontece na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e transmitida para os estados da bacia. Dela, participam os diversos entes relacionados às questões do rio, a exemplo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros. A próxima reunião está marcada para o dia 4 de novembro, a partir das 10h.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Fernando Piancastelli