Após cinco dias intensos de discussões acerca dos biomas brasileiros e os avanços na recuperação ecológica, a V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, realizada em Juazeiro, Bahia, se encerrou na última sexta-feira (12).

Com mais de mil inscritos, o evento, de acordo com a coordenação, foi o maior até então. Ao todo 946 pessoas se inscreveram, entre profissionais da área, professores, pesquisadores, estudantes, além de 100 inscritos para o Encontro Indígena de Restauração Ecológica que aconteceu simultaneamente, dentro da Conferência.

Foram realizadas seis plenárias, 54 sessões simultâneas, 350 pôsteres e 60 vídeos foram apresentados, cinco visitas de campo aconteceram simultaneamente no terceiro dia do evento e 19 minicursos foram ministrados. “Foi o maior de todos os eventos e isso já diz muito. Tivemos um recorde de inscrições, recorde de inscrições de trabalhos, também tivemos uma participação expressiva de povos e comunidades tradicionais, que antes era em menor número, e conseguimos fazer uma mesa-redonda com comunidades tradicionais com representantes indígenas, quilombolas e agricultores familiares. Isso tem uma importância enorme ao dar voz e espaço e acho que já foi uma amostra do que vem por aí. Então, a gente discutiu o futuro da restauração e foi tão significativo que para o próximo evento tivemos já três propostas de cidade sede. Aqui como o maior evento que já fizemos, tenho certeza que trazê-lo para a Caatinga, para o sertão foi extremamente significativo para mostrar o que é o Brasil de verdade. Foi extremamente valioso o que vivemos, não tinha melhor lugar do que essa capital do sertão, um lugar muito desenvolvido, com agricultura muito forte, e que ao mesmo tempo tem ainda características tradicionais como o Velho Chico, a carranca, a comida típica e com aeroporto, rede hoteleira, restaurantes que facilitam toda a logística, só temos elogios”, afirmou a presidente da Sociedade Brasileira de Recuperação Ecológica (SOBRE), Maria Otávia Crepaldi.

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Para o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, Ednaldo Campos, o conteúdo do evento chamou atenção pela sintonia com as discussões que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vem enfrentando. “Temos questões muito próximas em discussão e foi importante participar do evento para entender os diferentes pontos de vista e acompanhar como outras instituições, pesquisadores estão vendo, nesse contexto, a bacia do São Francisco e os seus biomas”.

Com um stand funcionando na estrutura da Conferência, o Comitê do São Francisco apresentou algumas das suas principais ações e experiências ao longo dos seus 23 anos de existência. Estiveram presentes ainda o coordenador da CCR Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, e o membro da Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais, Wilson Simonal, além da equipe técnica da agência de bacia do CBHSF, Agência Peixe Vivo, representada pelos coordenadores técnicos Flávia Mendes e Manoel Vieira e os analistas Daniel Brito e Mauricio Oliveira.

O professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco e presidente do evento, Renato Garcia, destacou a importância do Semiárido e as construções realizadas ao longo dos anos que vêm gerando resultados nos campos da pesquisa e ensino. “Nos últimos anos estamos vendo uma migração contrária onde temos pessoas vindo para o Sertão trabalhar e isso mostra a capacidade que temos. Neste evento recebemos pessoas do Brasil inteiro, de todos os estados que vieram e viram o sertão brasileiro e, com certeza, saíram com uma impressão diversa do que tinha imaginado. Temos vivido uma transformação importante, uma revolução nos últimos anos por conta da educação que tem gerado conteúdo, promovendo uma organização social mais forte com políticas participativas e nos feito ocupar os espaços que são de direito. Me sinto orgulhoso de estar em uma universidade no meio do Semiárido”, concluiu.

Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Juciana Cavalcante