Os cantores e compositores Nilton Freitas, Targino Gondim e Roberto Malvezzi – Gogó irão lançar no próximo dia 04 de outubro o primeiro CD com tema Rio São Francisco. O trabalho intitulado Belo Chico é uma analogia ao Velho Chico, rio da integração que une milhares de pessoas. O álbum cantará e contará as vivências, angústias e lutas dos ribeirinhos.
Segundo o cantor Targino Gondim, a ideia do álbum surgiu em 2009, quando ele e o também cantor Roberto Malvezi – Gogó pensaram em um trabalho chamado Belo Sertão. “Conheci Gogó em 2009, pessoa muito sensata, compositor maravilhoso e ligado ao semiárido. A gente pensou em um projeto chamado ‘Belo Sertão de convivência com o semiárido através da música’ e eu chamei de pronto um amigo nosso, o Nilton Freitas, artista pelo qual tenho o maior apreço e de quem sempre fui fã. A gente compôs o trio e preparamos esse trabalho onde cantamos o rio São Francisco, mas sabíamos que cantar o rio São Francisco seria muito mais que cantar uma música, muito mais que um disco, que um livro, mais que uma vida toda; e foi daí que nasceu a ideia de lançar um disco neste formato, que chamamos de Belo Chico, lembrando como o rio já é chamado carinhosamente de Velho Chico”, explicou.
O trabalho tem um objetivo didático, segundo os artistas, que pretende levar a compreensão do que é o rio para as próximas gerações, tendo no CD um registro em música.
“A ideia é que este material possa ser utilizado por jovens, crianças e pessoas interessadas. Então, quando pensamos em fazer o Belo Chico precisávamos ter alguma instituição nos apoiando. Foi aí que chegamos à parceria com o Irpaa, que tem uma importância para o desenvolvimento no entorno do rio São Francisco, ou seja, é uma união com o propósito maior de mostrar o Velho Chico, o que ele tem de tão belo, como a gente precisa defender e de que forma podemos retribuir tudo que ele nos dá”, acrescentou Targino.
O CD é composto por 13 músicas. Além das composições inéditas, a outra parte é de músicas dos próprios artistas e de outros compositores, já conhecidas. “Partimos do princípio de músicas autorais porque queríamos falar da nossa forma, contextualizar, explicar o porquê do trabalho ter sido concebido neste modelo de compor a música. A última faixa do disco, por exemplo, é ‘O Arrastapé do Velho Chico’, e fecha com chave de ouro transformando em festa, contando um pouco da descoberta do rio das nossas vidas. Tem ainda ‘Boato Ribeirinho’ de Nilton Freitas e Wilson Duarte, tem ‘Belo Chico’, música de trabalho do disco, conta a beleza do rio, o romantismo que ele nos entrega e algumas regravações que falam sobre a intervenção do homem na natureza como por exemplo a construção da barragem de Sobradinho onde se mexeu com o curso do rio e das vidas”, conta Targino.
De acordo com o trio, este é o primeiro trabalho, mas a ideia é que outros se desenvolvam a partir deste. “Agora estamos muito focados em que o projeto alcance as pessoas, mas queremos dar desdobramento a ele com a produção de um show assim que possível, levando esse trabalho e a mensagem para além do Velho Chico, também para o Brasil e para o mundo”, concluiu.
Rio São Francisco em Manga, Minas Gerais
O CD será distribuído entre entidades populares que atuam na defesa do Velho Chico, comunidades tradicionais, movimentos sociais e escolas. A obra também estará disponível nas principais plataformas digitais e no site do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – Irpaa.
O Belo Chico é uma produção da Toca pra Nós Dois, realização do Instituto Regional da Pequena Agropecuária (IRPAA) e Articulação Popular São Francisco Vivo, com apoio do Ministério de Cooperação alemã por intermediação da Cáritas alemã.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante