A importância da bacia hidrográfica do rio São Francisco, a grave crise hídrica que o rio vem enfrentando e as consequências da ausência de planejamento na gestão dos projetos para a bacia foram destaques na 23º edição do AgriNordeste, evento promovido pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, em parceria com o Sebrae, entre os dias 16 e 28 de agosto, no Centro de Convenções da Pernambuco.
Na palestra “Transposição do São Francisco: integração de bacias”, realizada no primeiro dia do evento, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, apresentou para uma numerosa plateia, formada em sua maioria por estudantes, pesquisadores e gestores em meio ambiente, as consequências da falta de planejamento e gestão dos recursos hídricos. Um dos exemplos abordados foi o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, conhecido como transposição.
“É preciso pensar o impacto dessa grande obra, pois já há inúmeros projetos sendo planejados nas bacias receptoras que vão depender das águas do São Francisco, somados a projetos estruturais em andamento na bacia e à própria dinâmica de usos múltiplos já existentes. Será que haverá água para suprir toda essa demanda?”, questionou Anivaldo, citando empreendimentos como o Canal do Oeste, o Corredor Multimoldal, a expansão dos perímetros irrigados, novas barragens, entre outras iniciativas que dependem das águas sãofranciscanas.
“Muito importante que os jovens ouçam sobre as consequências desses projetos mal direcionados, com dinheiro público mal empregado. É preciso que eles sejam estimulados a ocuparem espaço na política e na gestão dos órgãos públicos”, destacou Juniano Angelo da Silva, 33 anos, de Carnaíba-PE, que trabalha na construção civil e atuou nas obras da transposição nos municípios pernambucanos de Custódia e Sertania.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF