O relatório final da megaoperação da força-tarefa da 43ª FPI (Fiscalização Preventiva Integrada) na Bacia do Rio São Francisco, foi apresentado na última sexta-feira (30/11/18), em Audiência Pública, no Teatro Municipal Prof. Ivonildes de Melo, na cidade de Bom Jesus da Lapa, no Oeste da Bahia.
As equipes de Saneamento, Ambiental, Patrimônio Cultural, Espeleologia e Arqueologia, Mineração, Aquicultura, Agricultura, Aquática, Fauna, Comunidades Tradicionais, Flora Gestão, Agrotóxicos, e outras, realizaram operações em 9 cidades da bacia do Rio São Francisco: Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Sítio do Mato, Riacho de Santana, Matina, Carinhanha, Feira da Mata Malhada e Iuiú. A operação durou 10 dias.
A promotora do Meio Ambiente, Luciana Koury, disse que as ações de desdobramento da FPI continuarão na região, e que o objetivo é proteger o meio ambiente natural e cultural da Bacia do Rio São Francisco, buscando proporcionar melhor a qualidade de vida ao povo da região, por meio de ações planejadas e integradas de conservação.
Três fábricas clandestinas de laticínios e uma indústria regulamentada, na região de Bom Jesus da Lapa, Oeste da Bahia, foram interditadas na última semana dentro de ações da FPI.
Na Agrovila 07, em Serra do Ramalho, os produtores da Vita Guti estavam produzindo iogurtes e queijos sem nenhum tipo de selo de inspeção, sem registro e com rótulos fraudados. A empresa, inclusive, participou e ganhou uma licitação da Prefeitura e, desde então, fornece para as escolas municipais os iogurtes, que estão fora do padrão exigido pelos órgãos fiscalizadores municipais, estaduais e federais.
No CSB, outro fabrico caseiro da Agrovila 18, foram encontrados, no mesmo freezer, queijos e vacinas contra febre aftosa, para tifo dos leitões e clostridiose.
Já no município de Sítio do Mato, os fiscais identificaram em uma residência, um fabrico clandestino de queijo mussarela, que era produzido em grande escala, também sem registro, sem selo de inspeção sanitária e em péssimas condições de higiene.
Em Bom Jesus da Lapa, a Fábrica de Laticínios Cosme e Damião foi interditada por motivos de segurança de trabalho. Fiscais da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, identificaram riscos de acidente, com possibilidade de lesões graves aos trabalhadores, que exerciam suas funções em caldeira e em caminhão-tanque sem os equipamentos necessários.
Os integrantes da equipe de força tarefa de Abate Clandestino e Laticínios – formada pela Adab, Ministério da Agricultura e Polícia Rodoviária Federal – se reuniram com a promotora de Justiça e Meio Ambiente e coordenadora da FPI, Luciana Khoury, para discutirem soluções para os produtores, no sentido de regularizarem a situação.
Luciana Khoury disse que já notificou os proprietários das barracas e torres de comunicação instaladas em cima do morro de Bom Jesus da Lapa, e as construções acima do limite estabelecido pela lei, e referendou a luta do “Movimento Morro a Vista”, liderado por Crisjeorge e Dr. Luiz Vieira.
A abertura da Audiência contou com a apresentação do cantor Paulo Araújo. Durante a reunião, o presidente da FPRSF (Frente Popular do Rio São Francisco), Eniédsson Ferreira, falou sobre as obras do Complexo Logístico da Ferrovia Oeste Leste e da Hidrovia do Rio São Francisco, do Aeroporto Internacional de Bom Jesus da Lapa, rodoviária, da tubulação de amianto, do frigorífico, e anunciou a solicitação da Frente Popular, feita ao vereador Jair do Leocádio(PSDB) para a concessão do “Título de Cidadão Lapense” à Dr. Luciana Khoury, por relevantes serviços prestados à Bahia e em especial a Bom Jesus da Lapa em defesa do meio ambiente, principalmente do Rio São Francisco.
O encerramento da Audiência, ficou por conta do sanfoneiro e policial rodoviário federal, Glauber Nunes, que cantou a música de Luiz Gonzaga “Riacho do Navio”.
 

*Fonte: Ascom/FPI / Eniédson Ferreira – Jornalista – DRT- 4897/BA