Durante a manhã desta quinta-feira (25), o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião de partida com os usuários da Bacia do Verde Grande onde será replicado o projeto de monitoramento remoto das captações de água.
O encontro virtual coordenado pelo superintendente de Fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA), Alan Vaz Lopes aconteceu com o objetivo de apresentar o projeto que tem entre suas principais metas promover o monitoramento automático das captações feita pelos usuários de recursos hídricos regularizados na bacia do Verde Grande. O trabalho deve garantir, através de um sistema de telemetria o envio automático dos dados, em tempo real, para uma plataforma que ficará disponível via internet para a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelo projeto em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), por meio do Instituto de Atenção às Cidades (IAC/UFT) e para os usuários de recursos hídricos com envio de alertas automáticos para os mesmos usuários sobre o cumprimento das regras de uso da água.
O projeto já foi desenvolvido pela primeira vez em rio de domínio da União (interestadual ou transfronteiriço), no rio Javaés, que banha Goiás e Tocantins. No final de 2020, uma estação telemétrica foi instalada para o monitoramento remoto de captações das águas. O equipamento foi instalado em Lagoa da Confusão (TO), como parte do projeto Monitoramento Remoto das Captações no Rio Javaés.
Na bacia do rio Verde Grande, considerando os recorrentes problemas hídricos com forte influência na implantação de projetos para agricultura irrigada, a gestão e fiscalização pode garantir a redução dos riscos de escassez hídrica. O projeto, após a mobilização realizada através deste primeiro contato, entrará na etapa de diagnóstico, onde serão feitas visitas de campo por 30 dias para mapear os problemas e avaliar as alternativas de medição das captações por telemetria. De posse destes dados, será possível propor soluções e implantar uma estação piloto para testar os equipamentos de medição e transmissão de dados.
“É preciso parabenizar essa iniciativa na bacia do Verde Grande e pensarmos já em avaliar uma possibilidade de fazer o mesmo trabalho nos poços subterrâneos, onde o processo de monitoramento é, hoje, muito complicado. Com essa tecnologia, poderíamos resolver grandes problemas, por exemplo no aquífero do Urucuia que é fundamental para a bacia, principalmente em tempos de estiagem”, pontuou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda.
O rio Verde Grande é afluente da margem direita do rio São Francisco e está localizado nos Estados de Minas Gerais e Bahia. Entre os principais usos da água da bacia hidrográfica estão a agricultura irrigada, que conta com uma área irrigada estimada em quase cinco mil hectares, além do abastecimento humano de aproximadamente 380 mil habitantes das cidades de Montes Claros, Verdelândia e Jaíba em MG.
“Estamos esperançosos por receber o projeto e conhecer os resultados de toda esta ação. Nós do Comitê da Bacia do Verde Grande estamos à disposição para cooperar no que for necessário porque entendemos a importância e dimensão de uma ação como esta pode trazer benefícios para a nossa bacia”, afirmou a representante da bacia do Verde Grande Maria do Socorro Mendes.
As visitas de campo, parte da etapa de diagnóstico, devem acontecer já nas próximas semanas de março. “A etapa das visitas é uma das partes fundamentais do projeto, porque é o momento em que podemos conhecer a fundo cada situação e as pessoas que iremos impactar com o projeto”, concluiu o coordenador geral do projeto e presidente do IAC/UFT, Felipe Marques.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Bianca Aun e Léo Boi