A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizou, na manhã da última terça-feira (05), a 7ª videoconferência mensal que tem o objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco e contou com representantes de órgãos do Governo, entidades, irrigantes, bem como usuários.

A reunião foi iniciada com a fala do Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), que explicou brevemente como seria a ordem das apresentações. O meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, trouxe informações das condições meteorológicas verificadas no último período, que não traz muitas novidades. “Nesta época chove mais na parte leste do Nordeste, precisamente no Baixo São Francisco, como ocorreu em Alagoas nos últimos dias. Essa chuva, muito fora do normal, caiu na parte baixa. Entretanto, na parte média e alta não ocorreu essa precipitação”, explicou.

A previsão para a próxima semana, segundo análise trazida pelo representante do CEMADEN, indica continuidade da chuva na faixa leste do Nordeste, onde a estação chuvosa ainda se encontra no auge. Esta chuva pode, inclusive, penetrar no interior do estado de Alagoas, beneficiando a parte baixa do Rio São Francisco.

Joaquim Gondim disse que “nesta época do ano, realmente o tipo de informação é de não chuvas”, mas ressaltou que deve se acompanhar o que está acontecendo na região leste do Nordeste, onde há maior incidência das chuvas.

A representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) trouxe a apresentação mensal com as condições hidroenergéticas observadas e a situação energética do período, bem como a operação dos principais reservatórios e a previsão das condições hidrológicas e a perspectiva para a operação da bacia do rio São Francisco.

Maciel Oliveira, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, agradeceu por todas as apresentações realizadas e pontuou que o ONS trouxe em seu relatório a possibilidade do reservatório de Sobradinho (BA) estar com 60% do seu volume útil no período úmido, o que é muito bom. “Preciso comentar o que foi dito pelo Pedro Lessa e pela Patrícia, da CHESF. Nós estamos sofrendo muito com essa questão das fortes chuvas no Baixo São Francisco e há muitos prejuízos para os perímetros irrigados, pois o nível das lagoas aumentou muito. A gente tem acompanhado o que aconteceu nos perímetros de Boacica, que perdeu tudo, e em Itiúba, ambos em Alagoas. Agora nós temos outra situação que foi a elevação do rio para o patamar de 4.000m³/s em decorrência das fortes chuvas da região. A população não estava entendendo o que ocorreu, mas explicamos que a chuva não foi liberada pela CHESF. No caso, a chuva, era proveniente dos tributários do rio São Francisco, em especial o rio Ipanema, que contribuiu consideravelmente para o transbordamento e enchentes. Estamos acompanhando atentamente e estamos sensíveis a tudo que vem acontecendo. Nos encontramos à disposição para atender às demandas e tirar dúvidas”, explicou.

Oliveira complementou que recebeu o ofício da CODEVASF solicitando o não pagamento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos devido a estes perímetros de Boacica e Itiúba terem sofrido inundação total. “Estamos em tratativas com o setor responsável da ANA e iremos deliberar sobre este assunto dentro do Comitê”.

A próxima reunião está marcada para o dia 02 de agosto, às 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participaram o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.

Confira a reunião na íntegra:

Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Juciana Cavalcante