Presidente do CBHSF participa de reunião do CBH Rio Paraopeba para acompanhar ações sobre o rompimento da Barragem em Brumadinho

21/02/2020 - 15:42

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou da 55ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH Paraopeba), na quarta-feira (19 de fevereiro), em Betim (MG). Dentre os assuntos de pauta, foram discutidos a contaminação do Rio Paraopeba pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale em Brumadinho, o planejamento da recuperação socioambiental da bacia do Rio Paraopeba e o curso das negociações e decisões do Ministério Público e Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

As fortes chuvas que atingiram Minas Gerais no final do mês de janeiro causaram enchentes em diversas cidades. Municípios da bacia do Rio Paraopeba sofreram inundações e no dia que o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho completou um ano, 25 de janeiro de 2020, a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, que fica entre os municípios de Curvelo e Pompéu, abriu suas comportas para evitar um transbordamento. O local retinha, desde o ano passado, os rejeitos do rompimento. Com isso, o destino dos rejeitos é a Usina de Três Marias, onde o Paraopeba encontra o São Francisco.

Anivaldo Miranda disse que foi importante participar da reunião para ver o andamento das ações de recuperação do Rio Paraopeba. “Foi esclarecedor acompanhar as ações de recuperação que a Vale está fazendo na região do rompimento. Ainda não há como saber qual foi o impacto causado ao São Francisco, mas não há dúvida que a abertura das comportas de Retiro de Baixo preocupa o CBHSF pelo teor das substâncias que essa água carrega”, esclarece.


Veja as fotos da reunião: 


O secretário da CCR Alto São Francisco, Altino Rodrigues Neto, também participou da reunião e alertou os representantes do Ministério Público e da mineradora Vale sobre a importância do lago da usina de Três Marias para a pesca. “Existe na região de Três Marias cerca de 5 mil pescadores e mais de 140 piscicultores, que lidam com a produção de tilápias em tanques-redes, ofertando 200 mil toneladas de peixes por ano. Logo depois do rompimento da barragem de Brumadinho, foi anunciada pelas autoridades que uma alternativa para impedir a chegada lama de rejeitos ao reservatório do Rio São Francisco seria conter os resíduos na Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo. A abertura das comportas gerou preocupação na região. É importante que a Vale e o Ministério Público esclareçam para a população local a real situação”, disse.

Anivaldo Miranda finalizou prestando apoio ao CBH Paraopeba. “Temos um pacto de cooperação assinado com o CBH Rio Paraopeba e a Agência Peixe Vivo, o que estreitou os nossos laços. Estamos à disposição para apoiar o CBH Paraopeba, principalmente por conta da falta de recursos do Comitê que ainda não estabeleceu a cobrança pelo uso da água”, esclareceu.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH Rio Paraopeba), Winston Caetano de Souza, mais conhecido como Tito, solicita aos órgãos gestores a inclusão do Comitê nas tratativas em relação à recuperação socioambiental do Rio Paraopeba. “Entendemos que é de extrema importância que o Comitê faça parte das tomadas de decisões. Por isso, requeremos a inserção do CBH Paraopeba nas discussões referentes às ações de revitalização na bacia. Não podemos ficar exclusos nesse processo”.

O presidente do CBH Paraopeba, Winston Caetano (o Tito), disse que o Comitê aprovou o Plano Diretor recentemente. “Aprovamos o Plano de Bacia do Rio Paraopeba em dezembro de 2019. O Paraopeba é uma bacia estratégica para o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais e, assim, um planejamento para os recursos hídricos nessa bacia é uma importante garantia da sustentabilidade desse desenvolvimento. O Plano nos dá condições no avanço de outros instrumentos, como a cobranças pelo uso da água, instrumento que fomenta a racionalização do uso e gera recursos para a implementação do Plano”.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Luiza Baggio