Foi realizada na última quarta-feira (03) a videoconferência mensal liderada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que tem a intenção de debater acerca das condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco e contou com a participação de representantes de órgãos do Governo, entidades, irrigantes, bem como usuários.
A apresentação inicial, feita pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mostrou um balanço dos últimos 30 dias. Segundo a apresentação, as chuvas no mês de outubro foram acima da média na região de Três Marias (MG), na parte alta do rio São Francisco. A chuva já tem frequência e volume, que é uma característica da estação chuvosa. Outra informação importante é que a transição para a estação chuvosa está adiantada. A previsão média de vazão para os próximos 10 dias é de 406 m³/s, em Três Marias (MG).
A representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, trouxe a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco. Ela disse que a situação atual apresenta uma melhora em relação à última avaliação. “Não é o fim da crise, mas no mês de outubro houve uma condição hidrológica melhor. Ainda há um ponto de atenção que permaneceremos observando, entretanto vimos evolução significativa”.
Maciel Oliveira, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) acompanhou as apresentações do CEMADEN e do ONS, e logo em seguida falou sobre a solicitação feita, no último domingo (31), à CHESF para o aumento de vazão do rio São Francisco.
“Eu gostaria de agradecer a atenção que foi dada pela equipe da CHESF ao meu pedido em relação ao aumento de vazão. Estamos realizando a 4ª Expedição Científica do Baixo São Francisco, que é a maior do país no momento. Ela percorre todo o trecho da região do Baixo São Francisco, fazendo diversos estudos. Traremos os resultados para esta reunião, sobre impactos de momentos de vazões positivas e negativas. Os pesquisadores identificaram que com o pico de vazão que tivemos no ano passado houve um bom resultado no nível de produção de peixes no Baixo São Francisco”
Oliveira relatou que a equipe da Expedição Científica estava com dois barcos para realizar as pesquisas encalhados na região do município de Belo Monte (AL). “Solicitei oficialmente à CHESF, ao ONS e comuniquei a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico o aumento da vazão do rio para que pudéssemos navegar com as embarcações. Se não tivéssemos sido atendidos ficaria difícil o início dos trabalhos da Expedição. Recebemos um retorno rápido ao nosso pedido e só tenho a agradecer a toda equipe que ajudou nesse sentido. Depois de alguns dias, nos próximos trechos, a navegação irá melhorar e a vazão poderá retornar ao nível anterior. Em breve trarei os resultados das pesquisas deste ano da Expedição Científica. Uma observação que preciso fazer é relacionada ao o informe dado pelo CEMADEN sobre a perspectiva de chuva para os próximos dias que é um alento para nós”, finalizou.
Na oportunidade, também foi apresentado um plano de contingência da ANA para a recuperação de reservatórios do Sistema Interligado Nacional. A finalidade do plano é indicar condições e diretrizes de operação para os principais reservatórios de regularização integrantes do Sistema, a serem adotadas no período úmido 2021-2022, de dezembro de 2021 a abril de 2022, voltadas à promoção do seu preenchimento, com foco na segurança hídrica e na garantia dos usos múltiplos da água em 2022 e nos anos seguintes.
A próxima reunião está marcada para o dia 7 de dezembro às 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participaram o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
Acesse a reunião na íntegra:
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Foto: Léo Boi