A degradação ambiental na sociedade brasileira desde o descobrimento do País, em 1500, até os dias atuais serviu de tema para a palestra especial proferida pelo presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, na tarde desta terça-feira (4), na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Ele foi convidado pelos alunos dos cursos da área de Saúde da Universidade, dentro da programação referente à Semana do Meio Ambiente, que transcorre até a próxima sexta, 7, no campus universitário.
Na exposição feita para alunos dos cursos de Medicina, Odontologia e Enfermagem, Anivaldo Miranda expôs a forma predatória como houve a exploração feita pelos colonizadores. “Na História do Brasil há vários ciclos, como a do ouro, por exemplo, e a do pau-brasil, todos sem nenhuma agregação de valor, mas com altíssimo custo ambiental”, afirmou Miranda.
Ele também abordou com os estudantes a degradação ambiental iniciada com a exploração hídrica do Rio São Francisco. “O rio era navegável, mas começou a morrer com a exploração sem critério. O Brasil absorveu o conceito da globalização, privilegiou a questão comercial e aposta apenas no desenvolvimento das exportações. É preciso perguntar qual o preço que está sendo pago por essa decisão. Em Barreiras, na Bahia, é possível conhecer a mais evidente devastação do meio ambiente”, declarou. Ele citou a preocupação das populações do entorno do rio com a preservação de aquíferos que garantem a vida.
Miranda disse, ainda, que durante evento do qual participou na Universidade Federal da Bahia (UFBA) recentemente, agricultores relataram que conseguiam extrair água do Velho Chico há 50 ou 80 metros de distância e, hoje, precisam percorrer 250 metros. “Isso sem falar na situação registrada na região de Minas Gerais, considerada a ‘caixa d’água’ do nosso País”, alertou. E deu uma receita para reverter o quadro de agressão ao ambiente. Miranda citou o trabalho o bicho-da-seda, o qual produz fios de alta qualidade e nenhum impacto ambiental. Para ele, é preciso o ser humano rever sua forma de subsistência e de produção.
Antes de concluir sua exposição, Anivaldo Miranda recordou as palavras do primeiro astronauta a chegar à Lua, o qual afirmou que “a Terra é azul”. “Essa frase é linda. E mostra que nenhum outro Planeta tem a nossa riqueza natural e a nossa beleza. Precisamos repensar nossa forma de garantir a sobrevivência”, apelou ele diante da plateia de estudantes.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF