Além de importantes debates, a consulta pública do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio são Francisco, realizada nesta quarta-feira (11/11) na cidade baiana de Rodelas, terminou com compromissos da gestão municipal em relação ao rio. O prefeito da cidade, Emanuel Rodrigues, se comprometeu a enviar para a Câmara Municipal dois projetos de lei: um que estabelece a inclusão da educação ambiental no currículo das escolas municipais, com especial enfoque no rio São Francisco, que banha a cidade; e a criação do Dia Municipal do Rio São Francisco, em 3 de junho, quando o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco já realiza a Campanha Nacional em Defesa do Velho Chico.
“A realização deste encontro nos motivou a adotar essas medidas tão importantes, especialmente para a conscientização das futuras gerações da importância do rio para esta cidade”, disse o prefeito, lembrando a vocação agrícola da cidade: “Superamos a média nacional de produtividade que é de 150 cocos por pé ao ano. Nós produzimos o dobro, 300 cocos por pé. Isso garante um total de 160 mil litros de água de côco por dia”. Ainda de acordo com o gestor municipal, a atividade gera cerca de dois mil empregos diretos e indiretos, abastecendo os mercados de Rio de Janeiro e São Paulo. “Os valores gerados pela produção de côco são mais do que a renda que o município recebe do governo federal, atualmente em torno de R$ 1, 5 milhão por mês. Isso tem garantido a melhoria da educação e do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Rodelas, que já é o maior da região”, calcula o prefeito, que é agrônomo.
A cultura do coco foi introduzida após a mudança da cidade, que precisou ser relocada, por conta da construção da Barragem de Itaparica, pela CHESF, na década de 1980. “Começamos a nova cidade com o cultivo do amendoim, depois foi introduzido o côco, que deu muito certo na região. Agora a cidade também já produz outras frutas como melancia, manga, goiaba e mamão. E tudo graças ao rio São Francisco, daí a importância da sua preservação”.
Sobre o impacto dessas culturas irrigadas para a bacia do São Francisco, o município carece de mais dados. “Precisamos de estudos de impacto ambiental, por isso a importância de viabilizar parcerias com o Comitê da Bacia do Rio São Francisco e da nossa contribuição a este Plano de Bacia”, destacou.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF