Ourolândia na Bahia dá mais um passo na construção do PMSB

09/03/2021 - 11:00

Os componentes do grupo de trabalho formado para contribuir com a elaboração do Plano de Saneamento Básico do município de Ourolândia, interior da Bahia, participaram na manhã de sexta-feira (05), da capacitação e apresentação do plano de trabalho. A reunião aconteceu de modo virtual e foi coordenada pela empresa responsável pela elaboração do PMSB, Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE).

Localizada a 416 km da capital baiana, Salvador, o município de Ourolândia é conhecido pela extração e beneficiamento do mármore, considerado na época de sua fundação em 1989 como o ouro branco. Daí também se origina o nome da cidade. Atualmente, este é ainda um dos grandes problemas da região devido à extração ilegal da matéria prima e à contaminação do meio ambiente.

Em 2017, o Ministério Público da Bahia ajuizou 16 ações civis públicas contra o município de Ourolândia, empresários e o próprio Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), totalizando um montante de R$ 72,8 milhões em indenizações por danos ambientais causados por atividades ilegais de extração e beneficiamento de mármore “Bege Bahia”. O promotor de Justiça atuante do caso, Pablo Almeida, alegou que as atividades eram desenvolvidas por meio de licenças ambientais ilegais, sem licenciamento ou em desacordo com as obtidas. Foram pedidas também a anulação das licenças concedidas pelo município e pelo Inema e a paralisação das atividades que provocavam prejuízos à água e ao solo. O promotor ainda destacou que a atividade de extração e beneficiamento do mármore, realizada de forma predatória, prejudica os recursos hídricos da Bacia do Salitre, afluente do São Francisco.

“Em Ourolândia há este problema com os resíduos da produção e extração do mármore ‘Bege Bahia’ que é sério. Além disso, a água consumida pela população tem um alto teor de sal e por isso passa por um processo de dessalinização feito pela companhia de saneamento e abastecimento, e os resíduos são jogados a jusante do rio. Então são questões importantes que devem ser observadas”, destacou o secretário da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Almacks Luiz.

Além de pontuar os problemas provocados pela mineração, o PMSB vai apontar a situação atual do tratamento do lixo, esgotamento sanitário e drenagem de águas pluviais. A cidade tem atualmente uma população estimada em 25 mil habitantes. “Acredito que com uma mobilização bem feita, teremos o envolvimento de todos, porque a cidade tem interesse na realização deste plano que pode melhorar nossas vidas”, afirmou Audinea Costa, membro do GT e representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante