No último mês de janeiro, o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, Cláudio Pereira, e o diretor técnico da AGB Peixe Vivo, Alberto Simon, realizaram uma visita técnica ao município de São Desiderio (BA), no oeste do estado, para avaliar o andamento da obra de recuperação hidroambiental da principal microbacia que abastece a cidade. Com recursos da cobrança, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco investiu cerca de R$850 mil em intervenções que priorizam o aumento da qualidade e da quantidade de água desse manancial, que leva o nome do município.
Com 40% dos trabalhos concluídos, a eficácia dos serviços servirá como elo para a garantia hídrica de toda a região, especialmente os municípios baianos banhados pela bacia do Grande, importante rio tributário do São Francisco. Na ocasião, Pereira reconheceu que a forte degradação ambiental, agravada pela escassez de chuvas nos últimos anos, vem fazendo agonizar fortemente o manancial.
“Nosso projeto buscou sanar problemas decorrentes da exacerbada degradação nas nascentes do rio, com desmatamentos e assoreamentos intensificados”, disse, em alusão aos serviços prestados de cercamento de nascentes, a fim de proteger contra o pisoteio do gado; a adequação de estradas rurais, com vistas a melhorar o acesso à localidade; e a implantação de paliçadas e curvas de nível, evitando o aumento erosivo do solo. A previsão é de que as obras sejam entregues à população no início de março, com a realização de um seminário socioeducativo para os ribeirinhos.
Obras por toda a bacia
Desde 2012, o CBHSF já executou aproximadamente 38 projetos da mesma linha de ação nos estados que integram o rio São Francisco – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Mais de R$15 milhões foram aplicados nas intervenções, que, segundo Cláudio Pereira, servem para conscientizar os moradores acerca da importância de se preservar não só a água, mas todo o ecossistema de uma bacia hidrográfica. “É por isso que, paralelamente às obras físicas, realizamos o trabalho de mobilização e educação ambiental. A intenção do Comitê é que essas obras, depois de concluídas, sejam cuidadas pelos cidadãos, que serão os interlocutores na luta pelo São Francisco. Esses trabalhos são para que as águas do nosso querido Velho Chico voltem a jorrar como antes”, destacou.
O Comitê do São Francisco já autorizou o início de novas obras hidroambientais. Paralelamente a esses serviços, o CBHSF investe também na elaboração de planos de saneamento básico de cidades às margens do rio. Não é à toa que atualmente a entidade é a maior financiadora de PMSB da bacia do São Francisco, com 26 municípios selecionados das quatro regiões da bacia, totalizando investimentos da ordem de R$6 milhões, provenientes da cobrança pelo uso das águas. Uma vez elaborados e aprovados pelos poderes municipais, os planos terão sua execução a cargo das prefeituras ou por concessões privadas ou públicas.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
*Esta matéria foi veiculada no Jornal Notícias do São Francisco nº 39. Para ler o jornal completo, acesse.