Certa vez disse um poeta: “quem não conhece a capital morena do rio São Francisco, realmente desconhece as belezas existentes neste rio imenso, que tem mais de 2.800 km de extensão e nasce em Minas Gerais e deságua na divisa dos estados de Alagoas e de Sergipe”.
E é nas margens desse rio, o “rio da integração nacional”, no Alto São Francisco, que está essa capital. Batizada de Pirapora, ou, em tupi “Salto (pora) do Peixe (pira)”, uma referência à luta dos peixes no período de reprodução, uma vez que eles saltam sobre a água para vencer as corredeiras do rio, pois só assim podem alcançar a cabeceira, local mais propício à desova.
Pirapora, que este ano completa 110 anos, está há 340km da capital Belo Horizonte, sendo o maior polo industrial do norte de Minas Gerais, 33ª economia exportadora do estado e o 2° PIB norte-mineiro. Destaque também para as indústrias de ferro-silício, silício metálico, ferro-ligas, ligas de alumínio e tecidos, que são os principais produtos exportados pelo município. Porém, não podemos esquecer o principal: aqui, o Velho Chico começa seu trecho navegável.
Em Pirapora, deságuam os afluentes Rio das Velhas e Rio Abaeté, fazendo um Velho Chico caudaloso, o que permite a navegação por suas águas. A campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico”, tem este ano o tema “O Velho Chico são muitos”, e o objetivo é trabalhar os múltiplos territórios que integram a bacia hidrográfica do Velho Chico, as nascentes, afluentes, riachos, córregos e ribeirões.
Turismo
Aliás, a navegabilidade do rio é um forte atrativo turístico em Pirapora. Ali se encontra atracado o Vapor Benjamin Guimarães, uma das últimas embarcações a vapor do mundo.
A rica culinária local é outro atrativo. Quem for a passeio não pode deixar de experimentar a moqueca de surubim, o peixe símbolo do Alto São Francisco. Vale também uma ida à Comunidade Aarão Reis (13km sentido BH), para conhecer como são feitas, de modo artesanal e original, as famosas rapaduras e batidas, ou degustar o café colonial e sucos das frutas locais.
Outro passeio imperdível é à Associação dos Carranqueiros, que produzem carrancas e miniaturas de vapores do Velho Chico. A centenária Ponte Marechal Hermes também merece uma visita.
O distrito de Barra do Guaicuí, (19 km sentido Montes Claros) oferece outros atrativos. É ali que o rio das Velhas encontra o São Francisco e está localizada a igreja de pedras de Bom Jesus de Matosinhos.
Ruínas da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos é um dos pontos turísticos de Barra do Guaicuí (MG)
A noite oferece arte, cultura e gastronomia, na feira que acontece às sextas-feiras na Praça dos Cariris.
A cidade, abençoada com um espetacular pôr do sol, foi uma das escolhidas para sediar, nos dias 03 e 04 de junho as atividades comemorativas da campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”. As atividades ocorrerão também em Buritizeiro, cidade vizinha.
“Sou suspeito para falar de Pirapora. E não é pelo fato de estar prefeito, mas porque aqui temos um povo acolhedor, hospitaleiro e cuidador do rio São Francisco. Tudo que o piraporense se propõe a fazer, faz com amor e dedicação. Por isso, permito-me dizer que não existe lugar melhor para ser um dos marcos dessa campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico”, pois nesta cidade defendemos, admiramos e amamos este rio”, observou o prefeito de Pirapora, Alex Cesar (PTB).
Veja a programação:
03/06 – Buritizeiro – Praça da Mangueira
09:00 – 09:30 Abertura
09:00 – 11:00 Recepção das escolas: atividades de Educação Ambiental
03/06 – Pirapora – Praça dos Cariris
15:00 – 18:30 Recepção das escolas: atividades de Educação Ambiental
17:00 – 22:00 Feira Cultural de Pirapora em Defesa do Velho Chico
04/06 – Travessia Buritizeiro/Pirapora
13:30 – 17:00 Benção Sanfranciscana
Barqueata (saída Terezinha de Babau em Buritizeiro para Pirapora)
Procissão do local da chegada em Pirapora até a Igreja da Matriz/São Sebastião
04/06 – Buritizeiro – Praça da Mangueira
19:00 – 22:00 Feira Cultural de Buritizeiro em Defesa do Velho Chico
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Tiago Rodrigues
*Fotos: Leo Boi; Bianca Aun