A Prefeitura de Barra, no semiárido baiano, a cerca de 650 quilômetros de Salvador, precisará gastar aproximadamente R$ 98 milhões para sanar todos os problemas relacionados ao saneamento básico do município. A informação foi dada, neste terça-feira (2.3), durante a entrega, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, do plano que norteará futuras ações e projetos nesta linha de investimentos. Na audiência pública, realizada na Câmara de Vereadores, moradores cobraram a execução urgente das metas estipuladas no estudo.
“O nosso receio é com a qualidade da água. O principal riacho que nos abastece secou e a água está suja e com mau gosto”, disse Lelia Rodrigues, presidente da Associação da Comunidade de Ibiraba, que integra o território da Barra. O professor da rede estadual Marcos Pereira completou: “Não queremos que essa pesquisa fique apenas no papel”.
Para que isso não aconteça, será necessário o empenho da própria Prefeitura ou de concessões públicas ou privadas para arrecadar recursos da União. “O próximo passo é aprovar o produto no poder legislativo local, para que se torne lei municipal. Apesar de Barra ser o quarto maior município da Bahia, em limites territoriais, a cidade é muito pobre. Temos comunidades situadas a apenas dez quilômetros da margem do rio São Francisco que não têm acesso a água tratada”, avaliou Joaquim Dantas, secretário municipal de Meio Ambiente.
Ao longo de 11 meses de trabalhos, os técnicos envolvidos na concepção do plano definiram projetos emergenciais a curto, médio e longo prazo nas áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e resíduos sólidos, além do desenvolvimento jurídico institucional. “São ações que precisam ser feitas com urgência, pois a não realização terá como conseqüências doenças e até a morte de pessoas”, explicou Raiza Schuster, da empresa Água e Solo, responsável pelo estudo.
O Comitê do São Francisco se tornou a entidade que mais investe para a criação de planos de saneamento básico de municípios ribeirinhos. Ao todo, são 26 espalhados pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, em investimentos que já ultrapassam R$ 6 milhões. A intenção é aplicar outros R$ 8 milhões na elaboração de novos PMSB’s, melhorando não só a qualidade de vida da população, mas, também, a preservação dos recursos hídricos através de ações que evitem o lançamento de esgotos e outros efluentes sem tratamento nas águas do rio.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF