Estudantes, agricultores, quilombolas, servidores públicos e comunidade acadêmica participaram na manhã desta sexta-feira, 13 de maio, da reunião de mobilização com vistas ao processo eleitoral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). O evento, realizado no auditório do campus Sertão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município de Delmiro Gouveia (AL), foi o primeiro, realizado na região do Baixo São Francisco, com o objetivo de reunir interessados em participar do processo eleitoral para a renovação dos membros do colegiado.
Durante a reunião, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, falou sobre a legislação que instituiu a política dos comitês de bacia, a finalidade do colegiado, sua composição e finalidade. “Os comitês são a melhor forma para a gestão das águas. É importante destacar que, como exemplo, o do São Francisco é o primeiro a reformar e atualizar seu Plano de Recursos Hídricos”, explicou Miranda. “Trata-se de um trabalho que está em execução há 15 meses e tem a finalidade de definir os usos múltiplos da água”, complementou.
Anivaldo Miranda deixou a mensagem de conscientização pelo uso da água. Ele reforçou que a água doce disponível no Planeta é limitada e se não for preservada, poderá acabar. “No século passado, a luta era pela terra. Hoje, já está evidente que mais importante que a terra é a água, porque sem o líquido, tudo fica inviável”, finalizou.
O diretor-geral do campus da Ufal, Agnaldo Santos, chamou atenção para a importância da preservação do rio São Francisco. Como exemplo, ele citou uma experiência que teve há mais de dez anos, quando esteve no município de Paulo Afonso, na Bahia, e viu aquilo que achou ser uma cachoeira. “Ao me aproximar, fui informado que era água de esgoto sem tratamento, jogado no rio”. E sugeriu: “Considero importante repensar a forma de gestão financeira no âmbito dos comitês, até para garantir o tratamento dos esgotos nas cidades e preservar o Velho Chico. Os rios precisam ser tratados. Caso contrário, morrem”, alertou Agnaldo Santos.
O representante da Ufal também aproveitou a oportunidade para tecer críticas ao projeto de transposição das águas do São Francisco. “Porque não foi feito nenhum estudo sobre a quantidade da retirada de água”, justificou. O secretário do CBHSF, Maciel Oliveira, explicou todo o procedimento para a candidatura de interessados em participar do processo eleitoral, bem como a composição do colegiado. Ele também expôs o trabalho desenvolvido atualmente em Alagoas, na recuperação de nascentes.
No momento dos debates, a plateia questionou, principalmente, sobre destinação de recursos para a elaboração e execução de projetos no São Francisco. O próximo encontro no Baixo São Francisco, com o mesmo objetivo, será dia 16 de maio (segunda-feira), em Penedo, Alagoas.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF