O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou nesta sexta-feira (30) no Hotel São Francisco, em Penedo (AL), uma reunião ordinária com membros da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco para aprovar as ajudas-memórias de reuniões ocorridas em 16 de abril e 17 de julho, informar sobre a Plenária do CBHSF que ocorrerá nos dias 6 e 7 de dezembro em Montes Claros (MG), discutir o projeto de revitalização da Igreja de São José, em Igreja Nova (AL), passar informes sobre os Planos Municipais de Saneamento Básico em execução no Baixo São Francisco, além de ver as apresentações dos projetos em andamento que são financiados pelo CBHSF e discutir os projetos aprovados no Edital de Chamamento Público 01/2018.
A reunião iniciou com a apresentação da empresa SANEAMB Engenharia que mostrou aos membros da CCR o diagnóstico hidroambiental de nascentes na bacia do Rio Betume, em Sergipe. A engenheira florestal Karina Jacome explanou sobre o projeto e propôs ações dentro dos termos de referência para ser aplicado pela empresa executora. “Há a necessidade de um plano de trabalho, diagnóstico das nascentes da Bacia do Rio Betume, planos de ação, termo de referência. Foram diagnosticadas 156 nascentes em cinco municípios de Sergipe. Dentre as atividades que deverão ser colocadas em prática estão as de mobilização social com visitas de campo, seminário inicial, oficinas de capacitação e educação ambiental e o seminário final. É extremamente importante a mobilização social e a capacitação na comunidade. Vimos as dificuldades e o termo de referência terá essas especificações”, explicou.
Heráclito Oliveira, membro da CCR, técnico agrícola e representante do Setor Usuário de Água para Irrigação de Sergipe e Alagoas, está preocupado com a questão da mobilização social dos projetos apresentados e isto precisa ser alinhado. “Nos termos de referência precisamos ser mais firmes, pois a mobilização social é extremamente importante para a boa execução do projeto. Devemos discutir melhor dentro dos projetos da Bacia de São Francisco”.
Ana Catarina Pires, membro da CCR e representante do Instituto Vila Flor, acrescentou: “Faremos uma proposta separando a engenharia e a mobilização. Iremos procurar alternativas e expertises novas para saber onde podemos melhorar na metodologia”.
Antônio Jackson, que é membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e ambientalista, complementou que tem se envolvido muito com os projetos de mobilização social. “É difícil e precisamos ver um processo diferente para lidar. Criar lideranças locais nos ajudará no que pretendemos na execução de novos projetos”.
Plantio e manutenção
No decorrer da reunião ordinária, José Gabriel Almeida, representante da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), informou aos membros da CCR que disponibiliza 200 mil mudas típicas do semiárido para o plantio nas regiões do Baixo São Francisco. “Tenho essas mudas e solicito apenas o apoio logístico do Comitê, bem como o envolvimento da comunidade. Sei que o CBHSF tem um preparo diferenciado na questão da mobilização social e isso ajudará na execução do projeto de plantio”.
Mais projetos em andamento
Além da SANEAMB Engenharia, outras empresas apresentaram aos membros os projetos em andamento. A GOS Florestal mostrou o projeto de recuperação hidroambiental da bacia do Rio Curituba, a Embaúba Ambiental fez o diagnóstico hidroambiental de nascentes nas bacias dos rios Boacica e Perucaba e, por último a ENGENATUS trouxe o projeto de recuperação hidroambiental nas porções Média e Baixa da bacia do Rio Piauí.
De acordo com o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, a CCR fez uma boa reflexão na reunião ordinária sobre a experiência acumulada com a execução dos projetos de recuperação hidroambiental. “Portanto, essas experiências poderão ser muito úteis quando da elaboração dos termos de referência para a futura demanda de projetos que iremos iniciar em 2019, ou seja, vamos evitar as experiências negativas e aplicar com o que aprendemos uma metodologia mais avançada, sobretudo deveremos ser mais eficazes na recuperação das nascentes, na área florestal e do semiárido”, pontuou.
Miranda finalizou analisando que todos os pontos das pautas foram debatidos e os membros titulares do Comitê, oriundos do Baixo São Francisco, já chegarão na Plenária que vai acontecer em Montes Claros (MG) com um conhecimento aprofundado das matérias que entrarão em discussão.
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Edson Oliveira