Evento contou com a participação de aproximadamente 400 pessoas.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou o II Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (II SBHSF), que aconteceu no período de 3 a 6 de junho. Com o apoio do Fórum de Pesquisadores de Instituições de Ensino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o evento aconteceu na Universidade Federal de Sergipe – UFS e promoveu palestras, oficinas e cinco mesas redondas com especialistas nacionais e internacionais, de diversas áreas ligadas ao meio ambiente.
Em sua segunda edição, o evento reuniu aproximadamente 400 pessoas, entre estudantes, profissionais da área ambiental e pesquisadores nacionais e internacionais. O coordenador geral do evento, professor Inajá Francisco de Souza fala sobre a conquista que foi realizar mais uma edição do SBHSF. “As temáticas apresentadas visaram contribuir sim para um despertar de conscientização com relação a bacia do São Francisco. Nesta edição houve um aumento no número de trabalhos, no número de participantes e já estamos com boas expectativas para realização do próximo simpósio”.
O Simpósio foi realizado em parceria com o Fórum de Pesquisadores de Instituições de Ensino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FIENPE). O professor Melchior Carlos do Nascimento, membro do Comitê e um dos organizadores do evento, comemora: “Essa segunda edição do simpósio enquanto evento científico atendeu às expectativas da comunidade acadêmica, oferecendo um elenco diversificado de minicursos e palestras. Para além dos resultados alcançados, a expectativa do Fórum de Instituições de Ensino e Pesquisa em relação ao simpósio tem sido o de aproximar os pesquisadores que atuam na bacia, tornando possível o fortalecimento das relações entre os grupos de pesquisa das mais variadas áreas do conhecimento. Por essa razão, o Fórum considera essencial aprimorar o formato e o modelo conceitual do simpósio. Do ponto de vista da sensibilização ambiental, a simbiose entre o simpósio e a campanha em defesa do Velho Chico ajudou a definir o tom engajado desta edição do evento”, destaca.
O coordenador da CCR Submédio São Francisco e reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Julianeli Tolentino de Lima, expressa sua satisfação em participar de um encontro tão rico em conteúdo e novas possibilidades de conhecimento. “Retorno com a certeza de que foi um evento exitoso e que cumpriu sua maior e fundamental missão, induzindo a participação e integração da academia, através da efetiva participação das Universidades na discussão e apresentação de alternativas viáveis para a melhoria das condições do Rio São Francisco e toda a Bacia Hidrográfica e sua sustentabilidade. Nossa responsabilidade com a melhoria da qualidade de vida da nossa população passa pela luta por melhores condições ambientais, especialmente com vistas a melhor qualidade e maior oferta de água através desse importantíssimo manancial”.
Mesas Redondas e Minicursos
O evento contou com cinco mesas redondas e uma das mais aguardadas foi sobre Qualidade de Vida e Saúde. Um dos professores convidados para debater foi o Doutor em Ciência Política com pesquisa na área de Avaliação de Impactos Ambientais (Unit AL), que falou sobre “Como avaliar a importância dos impactos no Velho Chico? Uma perspectiva bioética a partir da AIA”, Diego Freitas.
“Minha participação no II SBHSF foi uma experiência bastante positiva e em especial pela diversidade de temas apresentados na agenda do simpósio, que foi desde temas relacionados a biodiversidade na bacia até qualidade de vida. Tínhamos um desenho de um evento que contemplava aspectos sociais e ambientais discutidos a partir da questão da água e ainda mais na semana do meio ambiente. Minha participação especial foi trazer a contribuição de dois campos do conhecimento que é a avaliação de impactos ambientais e a bioética para discutir as formas de mitigação e compensação ambiental das dezenas de impactos que o Rio São Francisco sofre ao longo de todo seu trajeto, de Minas, passando por Goiás, Bahia, Pernambuco e chegando a Sergipe e Alagoas. Então foi uma grande experiência nesse sentido. Acredito que no simpósio é possível sair com a percepção de que as ações precisam ser mediadas pelas políticas públicas e o Estado tem um papel importante nisso, mas sem a sociedade civil e os agentes de mercado será muito difícil alterar esse cenário de degradação no Rio São Francisco”, afirma o Dr. Diego Freitas.
Ao longo de toda a programação dos últimos quatro dias, o II SBHSF teve 154 trabalhos inscritos e ofertou sete minicursos. Um deles foi sobre Aplicação de Técnicas Conservacionistas de água e solo, ministrado pelo Professor Titular de Recursos Hídricos da UFRPE, Abelardo Montenegro, que comenta como foi sua experiência no evento. “O Simpósio foi muito produtivo. Uma grande oportunidade da academia, tanto do corpo docente quanto do corpo discente, de focarem em temas pertinentes à conservação e sustentabilidade da Bacia do São Francisco. Tenho a convicção de que o minicurso que ministrei cumpriu o objetivo de despertar o interesse dos participantes para a importância de conservar as encostas, buscar atividades agropecuárias que adotem práticas que conservem a vegetação, o solo e os recursos hídricos, mitigando os impactos nos corpos hídricos. Terminamos com uma prática que despertou o interesse dos participantes do minicurso e de outros participantes do evento. Agradeço a oportunidade e estou à disposição para novas contribuições”.
Campanha Eu viro carranca para defender o Velho Chico
A campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico” chegou para conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar a todos pelo uso responsável dos seus recursos hídricos. Em Aracaju, uma exposição intitulada “Eu Amo Velho Chico” foi instalada no Centro de Vivência da UFS e contou com a participação de cerca de 400 alunos de escolas públicas e particulares e teve um público flutuante de aproximadamente 150 pessoas por dia. A exposição, composta por totens educativos e letreiros, atraiu a atenção das crianças e adolescentes, que puderam aprender mais sobre o rio, sua bacia e sobre a cultura das comunidades tradicionais ribeirinhas e suas lendas.
Na programação, destacaram-se as apresentações musicais, com participação de Paulinho Aráujo, Ton Toy e os Zabumbadores de Vó Lourdes e Lucas Campelo.
Em Traipu (AL), também foi realizada uma mobilização com cerca de 250 alunos de escolas públicas da região. Foram realizadas gincana ambiental, palestras e a inauguração do letreiro “Eu amo o Velho Chico”.
A campanha será realizada também em Januária (MG), nos dias 16 e 17, e contará com programação intensa.
Confira fotos mais fotos do Simpósio e campanha:
*Vítor Luz
*Alan Rodrigo e Edson Oliveira