Em sua 48ª fase, programa reúne 40 órgãos públicos e entidades da área, que atuarão em 10 municípios no Norte do estado
Cerca de 300 integrantes da FPI-BA (Fiscalização Preventiva Integrada) chegaram neste domingo (05) a Juazeiro, no norte da Bahia, para dar início à 48ª etapa do programa de proteção ao Velho Chico e seus povos. As ações de fiscalização em campo começam nesta segunda-feira (06), com a participação de 40 órgãos federais, estaduais e municipais, bem como entidades da área do meio ambiente. Dez municípios vão ser contemplados com as ações.
Além de fiscalização, a FPI também tem caráter preventivo e educativo, no sentido de orientar e implementar medidas de preservação ao meio ambiente e recursos hídricos. Ao longo dos próximos dias, serão realizadas diversas palestras sobre gestão das águas, patrimônio cultural, combate aos impactos dos agrotóxicos, regularização ambiental das propriedades rurais, bem como campanhas de entrega voluntária de animais silvestres criados ilegalmente.
Coordenadora-geral da FPI, a promotora de Justiça, Luciana Khoury, destaca a importância do programa para a região: “Chegamos nesta 48ª etapa com 27 equipes atuando em diversas frentes de trabalho de fiscalização, diagnóstico e educação socioambiental. Reforçamos as ações em defesa dos povos e comunidades tradicionais da bacia e as medidas para evitar novos impactos em quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Estamos confiantes de que teremos uma etapa de muitos resultados positivos em defesa do Velho Chico”.
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira reitera a necessidade das ações no Norte do estado – esta é a quarta FPI na região: “Juazeiro é uma das cidades que mais espera esse retorno. Nós do Comitê temos muita expectativa com o diagnóstico que o programa vai identificar, os avanços com relação às outras vezes, para que possamos cobrar junto às instituições a implementação de políticas públicas no sentido de melhorar a qualidade de vida do nosso povo”.
Ao final, será realizada uma Audiência Pública na Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf (Auditório principal do Complexo Multieventos, localizado na Av. Antônio Carlos Magalhães, 510, Country Club, Juazeiro), para apresentação dos resultados para a população, os gestores municipais e demais organizações. Ferramenta valiosa de transparência e participação social, o evento visa promover o diálogo e a compreensão da situação ambiental de cada município. Os trabalhos desenvolvidos durante a FPI resultarão em relatórios técnicos, a serem encaminhados aos órgãos competentes para as devidas providências e soluções.
Coordenadora-geral da FPI, a promotora de Justiça, Luciana Khoury, destaca a importância do programa
Entrega voluntária de animais silvestres
Em Juazeiro, assim como em todas as outras etapas, a FPI contará com uma equipe para receber animais silvestres criados ilegalmente, que deverão ser entregues de forma voluntária no INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), localizado no Conjunto Habitacional Juazeiro 3, Lotes 1 a 4 (esquina da rua G com a rua A, ao lado do Batalhão e do Mercado Produtor). No ato da entrega, o responsável não será multado nem responsabilizado criminalmente.
Todos os animais resgatados e apreendidos durante as ações de fiscalização ou recebidos voluntariamente ficarão em uma base. Eles passarão por um rigoroso processo de triagem, realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por biólogos e médicos veterinários. A avaliação visa verificar as condições de saúde dos animais e, posteriormente, possibilitar a soltura em seu habitat natural. Esse trabalho é fundamental para garantir a reintegração das espécies ao seu ambiente adequado e preservar a biodiversidade local.
Sobre a FPI
Criada em 2002, a FPI na Bahia é coordenada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Multidisciplinar, o programa tem como objetivos: melhorar a qualidade ambiental da bacia e dos seus recursos hídricos; combater o desmatamento, a captação irregular de água, os impactos dos agrotóxicos, a extração irregular de minérios, o comércio ilegal de animais silvestres, a pesca predatória, além de atuar no gerenciamento de resíduos sólidos. Outra frente é a da preservação do patrimônio arquitetônico, cultural e imaterial da bacia.
A FPI foi expandida para os estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Minas Gerais. Em 2020, o programa foi premiado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) como o maior indutor de políticas públicas.
Equipes que fazem parte da 48ª FPI-BA
- Saneamento I
- Saneamento II
- Segurança Hídrica e Alimentar
- Gestão Ambiental I
- Gestão Ambiental II
- Educação Ambiental I
- Educação Ambiental II
- Rural I
- Rural II
- Rural III
- Energias Renováveis
- Combate aos Impactos dos Agrotóxicos I
- Combate aos Impactos dos Agrotóxicos II
- Abatedouros e Indústria de Lácteos
- Patrimônio Espeleológico e Arqueologia
- Patrimônio Histórico-Cultural
- Povos e Comunidades Tradicionais
- Fauna Campo
- Fauna Base
- Aquática
- Piscicultura
- Extração Mineral e Cerâmica
- Barragens
- Regularização Ambiental Rural
- Especial Delimitação LMEO
- Apoio e Coordenação
- Comunicação
Órgãos que compõem a FPI-BA
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); Agência Peixe Vivo (APV); Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (AGENDHA); Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (AGERSA); ONG Animallia; Agência Nacional de Mineração (ANM); Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF); Corpo de Bombeiros Militar-BA (CBM-BA); Comando de Policiamento Especializado (CIPPA); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA/BA); Conselho Regional dos Técnicos Industriais da Bahia (CRT-BA); Divisão de Vigilância Sanitária-BA (DIVISA-SESAB); Fórum Baiano de Combate ao Agrotóxico (FBCA); Fundação José Silveira;Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental( GERMEN); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-BIO); Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA); Instituto HORI; Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional( IPHAN); Marinha do Brasil; Ministério Público Estadual (MPE); Ministério Público Federal-BA (MPF); Ministério Público do Trabalho (MPT); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA); Policia Civil; Polícia Federal; Policia Militar; Policia Rodoviária Federal; Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação da Bahia (SEAGRI); Secretaria da Fazenda-BA (SEFAZ); Secretaria de Saúde-BA (SESAB); Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia(SIHS-CERB); Superintendência Regional do Trabalho-BA (SRTE); Superintendência do Patrimônio da União (SPU); Sindicato dos Técnicos da Bahia (SINTEC); Superintendência da Defesa Civil-BA (SUDEC); Universidade Estadual da Bahia (UNEB); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: ASCOM FPI/BA