Fortes chuvas causam estrago em Belo Horizonte e região metropolitana

30/01/2020 - 0:12

Neste início de ano, Belo Horizonte e região metropolitana – que situam-se no contexto da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, por meio do afluente Rio das Velhas – foram surpreendidas pelo alto volume de chuvas, que têm causado mortes, desabamentos, estragos nos centros urbanos e deixado muitas famílias desalojadas.

Somente na capital mineira foi registrado um volume de chuva acumulado para o mês de janeiro de 932 mm, muito maior do que a média climatológica de 329,1 mm, de acordo com informações da Defesa Civil. Os maiores volumes foram registrados nas regiões Oeste (759 mm), Centro-Sul (956,8 mm), Barreiro (873,8 mm) e Noroeste (865,6 mm).

Desde o dia 24, quando aconteceu a chamada “chuva de mil anos”, que causou desmoronamento e inundações em diversas cidades da Região Metropolitana, o clima da população é de apreensão.

Na última terça-feira (28), mais uma forte chuva provocou imagens chocantes de destruição na região Centro-Sul da capital, com carros arrastados, garagens encobertas pela água, asfaltos arrancados e praças danificadas, além de uma cratera que se abriu na avenida Tereza Cristina, próxima ao Ribeirão Arrudas. Diversas vias da cidade foram interditadas para garantir a segurança da população.

Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (29/01), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, classificou as chuvas recentes como a “maior tragédia da cidade em 120 anos” e pediu paciência à população. “Tem que confiar, vamos fazer sem demagogia e sem gracinha. É com trabalho, é com máquina. Nós vamos reconstruir essa cidade que foi destruída por uma catástrofe.”


Veja as fotos de Belo Horizonte arrasada pelas fortes chuvas: 


Chuva em Minas Gerais

A expectativa para os próximos dias é que as chuvas continuem em todo o estado, causando ainda mais inundações e elevação no nível de rios e reservatórios.

O nível do Rio São Francisco, na cidade de Itacaraí, já subiu cerca de três metros, fazendo com que famílias que vivem às margens do Rio fossem retiradas das casas para garantir a proteção. O mesmo acontece com o Rio das Velhas e outros rios que cortam o estado.

De acordo com informações da Defesa Civil, até o momento foram contabilizadas 54 mortes nos últimos dias e 134 cidades tiveram situação de emergência decretada por conta das chuvas.

Em todo o estado, 8.157 pessoas tiveram as suas casas danificadas ou destruídas pelas fortes chuvas e estão desabrigadas, e cerca de 38.700 pessoas foram retiradas de locais preventivamente e estão desalojadas, sendo 8.436 apenas na Região Metropolitana.


Veja as fotos da Região Metropolitana de BH:


Reservatórios

Todo esse volume de chuvas tem elevado os níveis dos reservatórios e rios em Minas Gerais. De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), os níveis do Sistema Paraopeba estão muito elevados.

A represa Várzea das Flores, em Betim, opera com a sua capacidade máxima. Em diversos pontos também foram constatados aumento no nível em até nove metros do Rio das Velhas, um dos afluentes do Rio São Francisco.

Os altos níveis de água também acenderam o estado de atenção para as barragens de rejeitos em toda Minas Gerais. Atualmente, quatro delas estão com nível 3 de alerta: Forquilha I e II, em Ouro Preto; B3/B4, em Nova Lima; e a barragem Sul Superior, em Barão de Cocais.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Estevão Mendes
*Fotos: Luiz Maia, Luciano de Oliveira, Ohana Padilha e Robson de Oliveira.