O reservatório pulmão que deverá ser financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) para atender ao município alagoano de Piaçabuçu, que sofre com a alta salinidade do Rio São Francisco, terá o projeto do terreno que receberá a obra readequada dentro de um prazo de 20 dias. Foi o que revelou na manhã desta quinta-feira (6 de setembro) o engenheiro da Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), Tácito Marques, durante audiência pública realizada no município ribeirinho, durante audiência pública para apresentar o planejamento para execução do plano municipal de saneamento básico, financiado pelo Comitê.
O reservatório pulmão foi a alternativa encontrada para enfrentar os impactos provocados pela alta salinidade registrada na água servida à população local. Diante da proposta, o CBHSF se dispôs a financiar a obra e, há mais de 18 meses, aguarda o posicionamento da Casal, que apresentou um projeto, mas houve a necessidade de uma readequação devido ao terreno escolhido para a construção. “Conversei com o presidente da empresa e faremos todos os esforços possíveis e necessários e, em 20 dias, apresentaremos a readequação ao projeto original”, assumiu Tácito Marques, que responde pela gerência Agreste da Casal.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, reforçou a disponibilidade do colegiado em investir para resolver o problema enfrentado pela população de Piaçabuçu, mas reforçou que, caso a Casal não apresente a readequação do projeto original, os recursos serão remanejados para outra área da bacia hidrográfica. Ele também explicou de maneira resumida as atividades do Comitê e a importância dos planos municipais de saneamento. “Temos investido boa parte dos nossos recursos para financiar a elaboração dos planos municipais de saneamento por entender que se trata de promover a melhoria das condições para a sociedade”, acrescentou.
Na solenidade, a vice-prefeita do município, Keity Darlian, disse que o plano municipal de saneamento é de suma importância para a gestão municipal. O secretário municipal de Administração, Jeferson Monteiro, ressaltou que a elaboração de um plano de saneamento representa um momento histórico para Piaçabuçu. O secretário de Meio Ambiente, Otávio Augusto, anunciou que é objetivo do município buscar os recursos necessários para implementar o saneamento. “Não será um documento de gaveta”, prometeu ele.
O engenheiro sanitarista, ambiental e civil, Rafael Meira Salvador, da empresa Premier, apresentou o estudo realizado pela empresa até o momento. O plano de saneamento prevê que o documento tenha validade de 20 anos, a contar de 2019, com previsão de revisões a cada quatro anos. Para se tornar realidade, o documento precisa ser aprovado pela Câmara Municipal, para se tornar lei e, assim, possibilitar ao município buscar os recursos necessários para coloca-lo em prática.
Diversos secretários municipais de Piaçabuçu, estudantes da rede municipal, profissionais liberais, agricultores e outros segmentos participaram da audiência pública. O evento também contou com a participação da coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do Comitê, Ana Catarina Pires de Azevedo Lopes; do representante da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL) do CBHSF e representante do Comitê do Rio Piauí, Marcelo Ribeiro; e do membro do CBHSF, Antônio Jackson Borges.
Feliz Deserto
No período da tarde, também houve apresentação do plano de saneamento básico de Feliz Deserto, outro município alagoano, situado às margens do chamado rio da integração nacional. O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, falou sobre a importância do saneamento básico para a população. Como a audiência pública foi realizada na sede da Câmara Municipal, Miranda aproveitou para alertar para a urgência em transformar, através do Legislativo, o plano municipal de saneamento em lei municipal.
Ele também fez um relato sobre os casos de doenças de veiculação hídrica que poderiam ser evitadas com o tratamento de água nos municípios. “O Comitê é um parceiro da sociedade e está fazendo a sua parte, mas é necessário o envolvimento da comunidade”, disse. A empresa Premier Engenharia e Consultoria também foi a vencedora da licitação para a elaboração do plano em Feliz Deserto.
O engenheiro ambiental e sanitarista Pablo Rodrigues Cunha apresentou o levantamento feito pela Premier. Quesitos como abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos são alguns dos que constam na composição do plano municipal de saneamento básico. De acordo com o levantamento de diagnóstico, apresentado por Cunha, 96% da população já conta com água encanada. Da mesma forma, o documento tem validade de duas décadas, com previsão de revisão a cada quatro anos.
Confira as fotos do evento:
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Delane Barros