Em Juazeiro, CBHSF acompanha a V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica

12/07/2024 - 3:02

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco está participando da V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, evento nacional promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE). Este ano, o evento acontece no município de Juazeiro, norte da Bahia.


Desde segunda-feira (08), estudantes, técnicos, ambientalistas, gestores públicos, povos originários, quilombolas, professores e pesquisadores participam do encontro que discute a restauração na próxima década. Sob o tema “SOBRE +10: O Futuro da Restauração” trata-se também da comemoração da Década da Restauração, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A presidente da SOBRE, Maria Otávia Crepaldi, destacou ainda que o evento também comemora os 10 anos da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica. “Trouxemos o evento para o bioma da Caatinga, um bioma importante, e esse evento não poderia ser realizado sem a presença de várias parcerias institucionais que permitiram que a gente chegasse até aqui e o Comitê da Bacia do São Francisco é uma das parcerias extremamente importante para a realização desse evento que discute a restauração da Caatinga, principalmente no contexto da bacia do São Francisco. Esse encontro, que celebra também os 10 anos da SOBRE, fala sobre o futuro da restauração com sessões específicas dos diversos biomas do Brasil e é um espaço de colaboração, de troca de ideias e compartilhamento dos saberes. Estamos cumprindo a missão de trazer mais diversidade e inclusão para os eventos da SOBRE e esperamos que o próximo seja ainda maior e melhor, contando com a presença dos vários parceiros”.

O objetivo da conferência é contemplar temas atuais e promover discussões quanto às melhores práticas buscando ainda orientar a tomada de decisão em políticas públicas e legislação para os desafios relacionados também às mudanças climáticas. O evento se propôs ainda a avaliar como as experiências em cada bioma brasileiro podem ajudar no aperfeiçoamento de estratégias regionais de restauração.

Com um stand montado durante todo o evento, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco apresenta suas experiências ao longo dos seus 23 anos de existência. Através dos recursos oriundos da cobrança pelo uso da água do rio, mecanismo implementado desde 2010, o Comitê tem realizado as mais diversas ações ao longo de toda a bacia hidrográfica visando a qualidade e quantidade da água para os múltiplos usos. “Em 2025 teremos a atualização do plano de recursos hídricos do CBHSF e discutir com a sociedade, com a comunidade ribeirinha e o público acadêmico sobre as tecnologias diversas é o caminho que devemos encontrar para restaurar a Caatinga. Essas discussões são essenciais para que possamos pensar a política de recursos hídricos na bacia do São Francisco, principalmente considerando que no submédio São Francisco já temos regiões classificadas como áridas. Isso é preocupante e devemos ter o cuidado, como Comitê de Bacia, em prever no nosso plano de recursos hídricos a recuperação do bioma da Caatinga, tão amado e importante para nossa região”, destacou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar.


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O coordenador da CCR Médio São Francisco, Ednaldo Campos lembra os níveis de degradação na região baiana até o bioma do Cerrado. “A participação do Comitê na conferência é muito importante porque temos visto mais discussões sobre todos os biomas brasileiros especialmente os nossos biomas da Caatinga e Cerrado, onde o médio São Francisco está inserido e está altamente impactado, ou seja, esse é um tema que precisa ser levado a sério tratando a recomposição, porque se pensa muito em produzir, mas precisamos pensar na restauração e foi dito nas palestras que se não houver assistência técnica neste contexto os resultados podem não ser tão efetivos. Então, esse debate levanta a questão de que precisamos recuperar as áreas degradadas, e o Comitê está atento realizando trabalhos de recomposição de mata ciliar, revitalização de rios por entender que com a Caatinga em pé é possível garantir recarga para as futuras gerações”.

O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Alexandre Pires, concluiu destacando a movimentação do Governo Federal em parceria com o CBHSF para tratar sobre a desertificação na bacia hidrográfica. “O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, junto com o Ministério do Meio Ambiente através da Diretoria de Combate à Desertificação, está nesse diálogo muito próximo que fomos construindo durante o ano de 2023, quando criamos um grupo de trabalho para tratar o combate à desertificação dentro da estrutura do Comitê do Rio São Francisco. E participar desse debate sobre a restauração de terras secas é uma grande oportunidade de fortalecer a busca por convergência entre o plano de revitalização da bacia do São Francisco, entendendo toda sua diversidade de povos e ambientes e a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, sobretudo dentro de um contexto em que na calha do São Francisco já é reconhecida pela ciência, pelas pesquisas desenvolvidas, uma área de clima árido de aproximadamente 6 mil km². Então, discutir restauração envolvendo as pessoas, com processos participativos e efetivos é uma grande aliança que a gente precisa fazer e já estamos nessa construção com o Ministério do Meio Ambiente, o Departamento de Desertificação e o Comitê da Bacia do São Francisco.

O evento segue até a próxima sexta-feira (12) e acontece no Complexo Multieventos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) em Juazeiro.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: João Uender