Assim como a maioria dos municípios brasileiros, Chorrochó, no interior da Bahia, não dispõe de saneamento básico. A cidade é uma das sete do submédio São Francisco contempladas com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e recebeu na noite desta terça-feira (23) a equipe de engenheiros e técnicos responsáveis pela elaboração do PMSB para apresentação do diagnóstico durante audiência pública.
A audiência aconteceu na sede da Câmara de Vereadores, e é a segunda etapa do processo que compreende seis estágios; observação e avaliação, apontamentos de melhoria, propostas de programas e ações, ordenamento do que fazer a curto e longo prazo e execução das ações e revisão das prioridades. Em diagnóstico, a empresa Envex Engenharia diagnosticou entre os problemas enfrentados pelo município o despejo de esgoto a céu aberto, ausência de coleta de lixo em toda área rural, destinação inadequada de resíduos e lixões a céu aberto na sede, a 1 km, e no principal distrito, a comunidade de Barra do Tarrachil.
Embora os problemas pontuados ainda representem desafios para a gestão municipal, o diagnóstico já conseguiu verificar a melhoria em alguns aspectos, como a implantação da coleta seletiva. A ação representa a redução significativa dos dejetos em lixões ou aterros sanitários. “O desafio que temos é grande, mas estamos trabalhando para reduzir os problemas e propor soluções viáveis mesmo diante do cenário engessado financeiramente. Venho brigando pelo saneamento e, nesse momento, só temos a agradecer por receber o plano de saneamento que vai ser usado para beneficiar a população e a cidade como um todo”, afirmou o prefeito Humberto Gomes Ramos.
Com população estimada em aproximadamente 11 mil habitantes, de acordo com o censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Chorrochó fica nas proximidades de outras três cidades: Macururé, Abaré e Rodelas. A região apresenta extrema necessidade de atuação do poder público Estadual e Federal para investimentos que projetem o desenvolvimento local. Moradora da cidade, a dona de casa Maria Rita Maia, aproveitou a audiência para contribuir com suas observações sobre as necessidades do município. “Estava ansiosa pela audiência porque acompanho e sinto diariamente as necessidades. Este é o espaço para contribuir e buscar melhoria para a cidade”, afirmou.
A elaboração do plano tem o prazo de 10 meses para conclusão e envolve reuniões periódicas de alinhamento, audiências públicas, mobilização social em eventos setoriais com debates, oficinas, seminários e conferências. “A elaboração dos planos de saneamento cumpre a meta de atender a sociedade e conscientizar sobre a importância dos usos conscientes. É preciso cuidar do ambiente em que vivemos e por isso, a participação popular é tão importante nesse processo, pois o plano deve ser construído com a identidade da cidade”, concluiu o secretário da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Almacks Luiz.
Por Juciana Cavalcante