A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) e seus desdobramentos foram o principal tema dos diálogos estabelecidos durante o III Encontro de Carrancas, realizado em Aracaju, na segunda-feira, 10, e na terça-feira, 11. Além das possibilidades de debate, o evento avaliou as interações da FPI com o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco (PRH-SF), visando a ampliação das possibilidades através de metodologias de trabalho em grupo.
Participaram do encontro representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF); dos Ministérios Públicos dos Estados de Sergipe, Bahia, Alagoas e Pernambuco; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); da Polícia Rodoviária Federal (PFR); da Vigilância Sanitária; de Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs); além de pesquisadores e membros da sociedade civil.
O presidente da CBHSF, Maciel Oliveira, destacou que o encontro teve como objetivo principal fortalecer o programa FPI, com o reforço do PRH-SF e o foco na educação ambiental como ação transformadora para a Bacia do São Francisco.
“O Encontro de Carrancas é um importante momento de trocas. Aprendemos muito com as realidades de cada estado e como cada experiência pode contribuir para avançar e trazer melhorias para os povos da bacia. Como costumo dizer, o FPI é um programa que sempre está buscando melhorias. Os dois dias do encontro possibilitam múltiplos olhares sobre o Rio São Francisco, com contribuições dos povos tradicionais e dos representantes do programa”, avaliou Maciel.
Educação em foco
A programação da manhã do primeiro dia do encontro foi marcada pelas palestras “A FPI como programa educador socioambiental do OPARÁ, aos olhos de suas Carrancas”, proferida pela professora e educadora ambiental Valda Aroucha, e “Rio de Saberes Socioambientais na FPI”, ministrada pelo Dr. Marcos Sorrentino.
Valda Aroucha, que participou ativamente da organização do evento, destacou que o encontro é fundamental para manter ativo o debate de alguns reflexos da pauta da educação ambiental, enfatizando pontos que precisam ser aperfeiçoados e qualificados. “O tema da educação ambiental é multidisciplinar e multidimensional, envolve várias áreas de atuação; também deve ser sociopolítico e estruturante, então precisamos ter essa percepção, com um olhar mais profundo das questões que fazem parte do contexto da FPI. Nosso principal desafio é o aprimoramento contínuo, para que possamos continuar caminhando”, considerou.
Referência na área da educação ambiental, o Dr. Marcos Sorrentino contribuiu para fortalecer o diálogo. “O programa FPI é referência e ajudou a deflagrar muitas outras iniciativas. Tudo o que foi articulado durante o encontro é essencial para a educação ambiental. A maior preciosidade para fazer a FPI é a diversidade, baseada na interlocução e no diálogo. O que estamos buscando sempre é o diálogo de múltiplas vozes. Vivemos uma crise ambiental e precisamos fazer um chamamento sobre a necessidade de promover mudanças culturais muito profundas, e isso exige uma educação ambiental continuada, que mude nossa forma de ver o mundo”, enfatizou.
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Trabalho em cardume
Após o intervalo do almoço, as atividades foram retomadas com a palestra “Interrelações entre o Programa FPI e as Águas”, com a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual da Bahia, Luciana Khoury.
Após a explanação, os participantes foram divididos em 12 equipes, para discutir as temáticas a partir de questões norteadoras. A atividade foi segmentada por temas como flora, fauna, aquicultura, gestão ambiental, comunidades tradicionais, patrimônio cultural, entre outros.
Segundo Luciana, o encontro é um processo de formação continuada, um trabalho em cardume que reúne representações dos estados que executam o programa FPI. “A intenção foi, mais uma vez, efetivar o diálogo entre os diversos participantes, com o objetivo comum que é aperfeiçoar o programa, avançando na discussão de algumas temáticas fundamentais, a exemplo da integração entre o Plano da Bacia Hidrográfica do São Francisco com a FPI”, relatou.
Ampliação dos diálogos
No segundo dia do evento, na terça-feira, 11, a programação contou com a palestra ‘Plano de Bacia do Rio São Francisco’. Em seguida, foi realizada a apresentação da metodologia de construção do Painel das Águas, proposta de trabalho em grupos, cujo principal objetivo foi explicitar a interrelação entre o PRH-SF e a FPI.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Michel de Oliveira
*Fotos: Michel de Oliveira