Há cerca de três anos, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) iniciaram uma conversa para estabelecer uma estreita colaboração entre as duas instituições. E os resultados começam a aparecer e são alentadores, sobretudo no esforço conjunto para execução do Plano de Gestão de Recursos Hídricos da bacia, aprovado pelo Comitê, e das metas do Plano de Desenvolvimento do Nordeste, de responsabilidade da Sudene.
Na última quarta-feira (17), em uma videoconferência, o Superintendente da Sudene, Evaldo Cruz, comunicou ao CBHSF que um montante de R$ 40 bilhões está previsto para aplicação na Bacia Hidrográfica do São Francisco em ações de saneamento básico, geração de renda e desenvolvimento regional como parte de um planejamento estratégico que terá um horizonte de dez anos para ser executado.
A videoconferência teve a presença do presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, do vice-presidente Maciel Oliveira e de Thiago Campos, gerente de projetos da Agência Peixe Vivo, braço executivo do Comitê. Evaldo comunicou também que a nota técnica na qual o CBHSF apontou quatro pontos críticos da calha do São Francisco para priorização da coleta e tratamento de esgotos (Três Marias, Petrolina/Juazeiro, Lago de Itaparica/Lago de Xingó e Propriá, onde fica a captação de água para abastecimento humano da região metropolitana de Aracaju) foi recepcionada e incorporada nos planos da Sudene. Composta por vários técnicos da área de planejamento, a equipe da Sudene voltou a afirmar que pretende ter a colaboração do CBHSF para apontar oportunidades de geração de renda e desenvolvimento ao longo da calha do São Francisco, bem como revelou a intenção de incorporar os diagnósticos, prognósticos e sobretudo o Caderno de Investimentos contidos no Plano de Recursos Hídricos elaborado pelo CBHSF como contribuição para a identificação, escolha e execução de projetos concretos que contribuam para o sonho da revitalização do Velho Chico e bem-estar de suas populações.
O presidente do CBHSF agradeceu o retorno dado pela Sudene às ideias e propostas encaminhadas pelo Comitê e reiterou que o Plano de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica foi financiado com recursos oriundos da cobrança pelo uso da água bruta, foi elaborado com uma participação bastante representativa de todos os segmentos de usuários, poder público e sociedade civil ribeirinha e que sua finalidade é se transformar em instrumental efetivo para uso concreto de todas as instituições públicas, governos, empresas dos setores público ou privado, organizações, entidades e similares que tenham real interesse em viabilizar o desenvolvimento harmônico do enorme território que cerca o Velho Chico e seus afluentes.
Evaldo Cruz informou que nos últimos meses tem acompanhado as reuniões do Comitê e observou que no caso do rio São Francisco já há um planejamento, um plano diretor onde pode ser aproveitado tudo que foi estudado. O superintendente disse que também haverá investimentos para o rio Parnaíba. “Podemos aproveitar os estudos já realizados pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco para fomentar financeiramente os esgotamentos sanitários. Aproveitar o rio e fazer iniciativas viáveis em torno do esgotamento, irrigação. Todos os investimentos serão através de parcerias público-privadas (PPPs) e o Ministério de Desenvolvimento Regional estará trabalhando nisso. Serão coletadas informações para a construção do plano estratégico que dará o norte dos próximos encaminhamentos do que será feito nos próximos dez anos”, contou.
O vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, disse que há intervenções a serem priorizadas e o saneamento é um ponto importantíssimo. “Temos um caderno de planos do Comitê onde há o detalhamento das ações realizadas na Bacia do São Francisco. Há diversos projetos ligados à sustentabilidade, a questões econômicas, ao povo Pankará, bem como reivindicações das comunidades ribeirinhas. São muitas ações estratégicas de futuro para a recuperação hidroambiental com atividades de sustentabilidade para beneficiar os que moram no entorno do rio São Francisco”.
Para o Thiago Campos, gerente de projetos da Agência Peixe Vivo, que participou da videoconferência, é uma grande satisfação saber que a SUDENE demonstrou interesse em investir em ações para a bacia hidrográfica do rio São Francisco. “Em nosso caderno de investimento há seis eixos importantes, são eles: Eixo I – Governança e Mobilização Social, Eixo II – Qualidade da Água e Saneamento, Eixo III – Quantidade de Água e Usos Múltiplos, Eixo IV – Sustentabilidade Hídrica no Semiárido, Eixo V – Biodiversidade e Requalificação Ambiental e Eixo VI – Uso da Terra e Segurança de Barragens. Cada eixo tem um plano e orçamento para serem investidos e tais investimentos ajudarão a colocar em prática os projetos”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento