Os membros da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) se reuniram em Salvador, nesta segunda-feira, 18 de março, para deliberações de questões estratégicas relacionadas ao monitoramento do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PRH-SF) e à condução do Plano de Aplicação Plurianual (PAP). O encontro, que foi o primeiro da Câmara neste ano, contribuiu para o compartilhamento do status de demandas importantes para a gestão do Rio São Francisco e encaminhamentos necessários ao avanço da agenda de atividades da CTPPP, responsável por assessorar a diretoria do CBHSF.
“A reunião é fundamental para interagirmos e avançarmos na avaliação e no planejamento de um ponto que é o coração da gestão do Rio: o monitoramento da execução do Plano”, destaca a coordenadora da CTPPP, Ana Catarina Pires de Azevedo Lopes. Membro titular da Câmara, representando a Associação de Condutores de Visitantes de Morro do Chapéu, Anselmo Caires concorda e destaca que o evento marcou a retomada da CTPPP, num movimento de resgate do que ficou pendente em 2018 e de alinhamento de planos para este ano.
“A grande importância do evento de hoje foi a retomada dos trabalhos da CTPPP e o alinhamento de alguns pontos pendentes de 2018, a exemplo da aplicação do PAP. Abordamos a metodologia de um trabalho de segurança de barragens e outros temas relevantes, como a convivência com o Semiárido e o status do Siga São Francisco, sistema de informação para divulgar resultados e números relacionados ao Velho Chico. Estamos avançando,” explica Caires.
Veja as fotos da reunião:
Gestão do Rio
A apresentação do escopo de atividades da Agência Peixe Vivo para 2019 ficou a cargo do Assessor Técnico da Agência, Thiago Campos. Na pauta, destaque para demandas relacionadas à governança e mobilização social. Entre as novidades, chamou atenção a tecnologia que será adotada para mapear a calha do Rio no Trecho Incremental – à jusante de Três Marias e à montante de Sobradinho – e Baixo São Francisco. Chamada LIDAR – Light Detector and Ranging ou Perfilamento a Laser, ela será viabilizada por meio de um scaner acoplado numa aeronave que percorrerá a calha do Rio, dando visibilidade a elementos que permitirão identificar todos os usos da água.
“A ideia é saber onde estão os usuários clandestinos para que eles sejam notificados, autuados, regularizados e cobrados. A tecnologia, que será adotada pela primeira vez no âmbito do Comitê, tem a vantagem de ter um bom custo x benefício e entrega rápida. Em seis meses, já teremos os dados”, conta. Vale destacar que será mapeado um trecho que equivale a, praticamente, 1/3 do São Francisco, contemplando os estados de Minas Gerais e Bahia. O investimento, segundo Campos, será de aproximadamente R$ 3 milhões.
Outro instrumento de gestão destacado na reunião foi a evolução do Sistema de Informações Sobre Recursos Hídricos – SIGA-SF, que deve armazenar e distribuir dados para qualquer interessado de forma livre, gratuita e consistente. A sistematização dessas informações será fundamental, inclusive, para a tomada de decisões de gestores, defende Campos. Sobre a importância do evento, comentou: “esse encontro é importante para esclarecermos investimentos que vão ser feitos na gestão da Bacia, compartilharmos nossas ações, trocarmos ideias e interagirmos a respeito de pontos estratégicos sobre o São Francisco.”
Planejamento CTPPP
A Oficina de Planejamento CBHSF 2019/2020 também esteve na pauta do dia, assim como a aprovação do Relatório de Atividades da CTPPP (exercício 2018) e o planejamento para 2019. Destaque para as diretrizes dos Grupos de Trabalho da Câmara nos eixos Qualidade da Água e Saneamento; Quantidade de Água e usos Múltiplos; Sustentabilidade Hídrica no Semiárido; Biodiversidade e Requalificação Ambiental e Uso da Terra e Segurança de Barragens.
Sobre este último tema, Pedro de Araújo Lessa, representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe, também membro da CTPPP, destacou, entre outros pontos, que a segurança de uma barragem deve ser contemplada em suas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento, operação, desativação e usos futuros.
Ele frisou, ainda, a importância do Seminário sobre o tema, que deve abordar o papel do Comitê no que tange à política de segurança na Bacia e contribuir para o fortalecimento de uma cultura de prevenção. O tema será destaque na reunião desta terça-feira, 19/03, quando será detalhada a estruturação do evento.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Andréia Vitório
Foto: Manuela Cavadas